Sanções dos EUA contra Irã não contribuem para aliviar crise energética global

2021-10-18 13:16:24丨portuguese.xinhuanet.com

Teerã, 16 out (Xinhua) - Como o mundo, principalmente o ocidente, enfrenta uma grave crise de energia causada pela crescente demanda por combustíveis fósseis, as sanções dos EUA ao Irã impediram o alívio da crise.

CRISE DE ENERGIA

Com as principais economias se recuperando lentamente da pandemia de COVID-19, o inverno rigoroso anterior esgotando as reservas de gás da Europa e os dias frios à frente, a demanda global por energia disparou e os preços das commodities estão, consequentemente, subindo.

Nos estados europeus, os preços do gás estão em níveis recordes, levando a aumentos significativos no preço de outros bens e serviços.

A Grã-Bretanha é um dos países europeus mais atingidos devido à redução do abastecimento do Mar do Norte e ao seu armazenamento limitado de gás. Entre outros, a Espanha e a França também estão sofrendo com a crise, com aumentos nos preços da eletricidade e de outras commodities.

Enquanto isso, os preços do gás estão subindo nos Estados Unidos em meio a um aumento repentino no preço do petróleo, informou o USA Today.

Uma solução real para a crise energética ainda não está à vista. Embora a Rússia tenha prometido aumentar as exportações, os principais fornecedores de combustíveis fósseis restantes atualmente parecem incapazes ou não querem dar uma contribuição significativa para o alívio da crise.

O mercado global de energia precisa de sangue novo, disseram analistas.

IRÃ COMO FORNECEDOR DE CONFIANÇA

O Irã tem recursos abundantes de hidrocarbonetos. Detinha 32 trilhões de metros cúbicos de reservas comprovadas de gás em 2019, ocupando o segundo lugar no mundo e respondendo por cerca de 16 por cento do total das reservas globais de gás natural, de acordo com a Revisão Estatística da BP sobre Energia Mundial 2020.

Além disso, o relatório afirmou que o país detinha 156 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo em 2019, ocupando o quarto lugar no mundo e respondendo por cerca de 9 por cento de todas as reservas globais de petróleo.

O país, localizado ao longo do Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul e com acesso ao alto mar, a Europa através da Turquia e Ásia Central, também pode ser uma fonte de energia bastante barata devido à sua posição geográfica, disseram os observadores.

Antes da retirada de Washington em 2018 do Plano de Ação Conjunto Global e da reimposição das sanções unilaterais voltadas principalmente para o setor de petróleo e gás, o Irã costumava bombear cerca de 2,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto no mercado global.

O Irã também está exportando gás para alguns países vizinhos, incluindo Turquia e Iraque, e pode ser um fornecedor confiável para a Europa e também para o resto do mundo no longo prazo.

O especialista em energia iraniano, Morteza Behrouzi, disse ao noticiário estatal ISNA que o Irã pode aumentar suas exportações de petróleo em 1,5 milhão de barris por dia em menos de seis meses se as sanções forem suspensas, o que pode criar uma situação de ganho mútuo.

QUAL O OBSTÁCULO?

As sanções dos EUA ao Irã, no entanto, privaram o mundo do benefício, pois negaram à República Islâmica o acesso à bilhões de dólares americanos em receitas anuais, criando assim um jogo de soma zero.

Anteriormente, o ministro do Petróleo iraniano, Javad Owji, disse que os Estados Unidos e alguns países europeus impediram o Irã de exportar petróleo por muitos anos, e o Irã não é o único que está pagando o preço. Esta política unilateral também tem um impacto negativo sobre o povo americano e europeu.

Falando após uma reunião-chave da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, o ministro disse que "o Irã está pronto para resolver a atual crise de combustível no mundo e compensar a escassez".

Para o efeito, aconselhou os decisores ocidentais "a aprenderem a lição e a ajudarem na crise" suspendendo as sanções ilegais e injustas ao setor dos hidrocarbonetos do país. 

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