(Multimídia) Especial: Músico português busca seu sonho e se adapta à China

Nanjing, 29 out (Xinhua) -- Alex Alfonso Gonçalves, de 33 anos, com uma típica "cara ibérica", costuma aparecer cavalgando à beira do Lago Taihu, na cidade histórica de Suzhou, Província de Jiangsu, no leste da China. Ele vive nesta cidade antiga chinesa há quatro anos e serve como trompista principal da Orquestra Sinfônica de Suzhou.

De pais portugueses, Alex nasceu e cresceu na Venezuela e era fascinado por música quando era criança. Aos 8 anos, o professor de Alex disse a seu pai, "É uma pena que esta criança não tenha talento musical." Alex não desistiu. Ele começou a aprender a tocar o cuatro venezuelano aos 9 anos, e aos 11, ganhou o prêmio do concurso nacional de música.

Beneficiado pelo programa de música do governo da Venezuela, ingressou aos 12 anos na Escola de Música Mozarteum Caracas, na capital do país, para estudar música. "No início da escola, as crianças podem escolher de graça um instrumento musical de que gostem. Como eu estava atrasado, só tinha trompa. Não tive escolha", lembrando da situação da época, Alex riu. "Naquela altura, eu não gostava de trompas e não acreditava que esse cara gordinho podia tocar uma melodia bonita."

Em 2001, a série de filmes «Harry Potter» foi lançada e a música do filme tocou o jovem Alex. "Que tipo de instrumento é usado para tocar isso?" Quando Alex pediu um conselho ao professor de música, o professor apontou para a trompa em sua mão, "Criança, é isso!" Alex disse que naquele momento, ele estava profundamente ciente de que a trompa era um grande instrumento e decidiu a estudar muito.

Depois de anos de muito trabalho e estudo, Alex se destacou. Aos 17 anos, ele tornou-se chefe adjunto da trompa da Filarmônica Nacional de Venezuela. Aos 19, Alex foi para a Escola de Rostock para Música e Teatro na Alemanha para continuar seus estudos. "A experiência de estudar e morar na Alemanha me ajudou a desenvolver um estilo de vida rigoroso e autodisciplinado, e também melhorou minhas habilidades de jogo", revelou ele.

Em 2008, Alex, que atuou como trompista principal da Orquestra de Câmara de Hamburgo, conheceu a China pela primeira vez. "A orquestra fez uma turnê pela China. Fomos a muitos lugares, Beijing, Shanghai, Shenzhen e Harbin. Esta foi a primeira vez que tive uma experiência real neste misterioso país oriental. Foi muito emocionante e maravilhoso", disse ele. Depois de retornar à Alemanha, ele ainda sentia saudades da China. Portanto, quando a Orquestra Sinfônica de Kaohsiung de Taiwan da China recrutou seu trompista principal na Europa em 2011, ele decidiu concorrer.

Em mais de quatro anos em Taiwan, Alex não só ganhou um entendimento mais profundo da cultura chinesa, mas também se apaixonou por uma garota local que tocava trompa. "É por isso que eu escolhi meu nome chinês, Lin Yali". Alex disse que, depois que o contrato de trabalho com a Orquestra de Kaohsiung expirou, ele teve que voltar para a Alemanha. "Os dias de separação entre os dois lugares foram particularmente atormentados. Em busca do amor, decidi retornar ao Oriente."

Em novembro de 2016, a Orquestra Sinfônica de Suzhou foi criada e selecionou músicos de destaque de todo o mundo. Alex se destacou entre muitos candidatos e se tornou o trompista principal da orquestra.

Alex disse que trabalhar com intérpretes de todo o mundo na Orquestra Sinfônica de Suzhou lhe permitiu ir mais longe em sua jornada musical. "A música da orquestra sinfônica tenda a ser mais ocidental, afinal, quando nos apresentarmos na China, ainda estaremos expostos a muita música chinesa e devemos usar a música para transmitir a voz chinesa ao mundo." Ele disse que a sinfonia de misturas chinesas e ocidentais propõe demandas maiores de habilidade e desempenho. "Tome a apresentação de trompa como exemplo. Comparada com a sinfonia ocidental, a apresentação de estilo chinês requer um som mais alto e uma respiração mais longa", acrescentou.

Depois de trabalhar e morar em Suzhou por quase 4 anos, Alex se integrou gradualmente à cidade. Além de apresentações e treinamento, ele costuma cavalgar e fotografar à beira do Lago Taihu. "Pedalar ao redor do Lago Taihu leva 6 horas. Não há muito barulho, as montanhas e as águas claras são lindas, e é possível tirar muitas fotos bonitas", disse Alex.

Afetado pela pandemia de COVID-19, Alex não se reúne com sua família há muito tempo. "Depois que a pandemia acabar, convidarei minha família e meus amigos de Portugal para a China e Suzhou para conhecer, para que mais pessoas possam realmente perceber e compreender este misterioso país oriental. Também estou ansioso para a turnê da Orquestra Sinfônica de Suzhou em Portugal e Venezuela, para que os amigos na minha terra natal sintam o encanto da mistura entre a música chinesa e ocidental", disse ele.