Seminário discute cooperação entre China e Brasil em biotecnologia, agricultura e sustentabilidade
Brasília, 23 nov (Xinhua) -- O Fórum Brasil-China de Biotecnologia, Agricultura e Sustentabilidade, organizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), discutiu nesta terça-feira a cooperação bilateral nessas áreas, com a participação de autoridades, pesquisadores, empresários e personalidades do mundo acadêmico.
Coordenado pelo presidente do CEBC, embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, o evento discutiu os avanços em matéria de sustentabilidades trazidos pela biotecnologia agrícola e explorou as vias para ampliar o diálogo e a cooperação nesse âmbito.
Na abertura do Fórum, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, recordou que, em várias ocasiões multilaterais, como a COP 15 de biodiversidade e a Cúpula de Líderes Mundiais da COP 26, o presidente Xi Jinping propôs a construção de uma comunidade de vida entre o homem e a natureza.
A comunidade internacional deve se munir de inovação tecnológica para buscar a sustentabilidade e a descarbonização no desenvolvimento econômico.
"Um relatório recente do CEBC assinalou que a sustentabilidade e a tecnologia podem servir de base para a cooperação China-Brasil e a agricultura deve ocupar uma posição destacada na agenda", ressaltou o embaixador.
A China e o Brasil têm uma agricultura altamente complementar e benéfica, e se trata de uma das áreas mais consolidadas e dinâmicas da cooperação sino-brasileira.
"São de suma importância as novas tecnologias e novos conceitos capazes de impulsionar ainda mais essa cooperação, diante de múltiplos desafios globais, como segurança alimentar, mudança climática e a pandemia da COVID-19", ressaltou.
Segundo Yang, é necessário dar prioridade na cooperação nessas áreas à pesquisa e desenvolvimento em germoplasma, à agricultura de baixo carbono, às finanças verdes e à agricultura inteligente.
Com relação ao primeiro aspecto, lembrou que foi criado há dez anos um laboratório conjunto de ciência agrícola entre os dois países.
"Os dois lados podem acelerar a cooperação na industrialização da produção de sementes, através de pesquisa e desenvolvimento conjuntos, transferência de tecnologia e capacitação de recursos humanos", acrescentou.
Sobre a agricultura de baixo carbono, o embaixador destacou a crescente atenção que os consumidores chineses dão à segurança e saúde dos alimentos.
"Os dois lados podem ampliar a cooperação em áreas como investimento em agricultura verde, melhoria e atualização de equipamentos, promovendo uma profunda integração de uma agricultura segura, confiável e duradoura", acrescentou.
No terceiro aspecto, as finanças verdes, é necessário propiciar que as instituições financeiras brasileiras e chinesas ofereçam produtos e serviços bem direcionados.
Sobre a agricultura inteligente, explicou que é um dos principais setores econômicos que mais se beneficiam com a nova tecnologia 5G de telecomunicações.
"Estima-se que essa aplicação poderá aumentar a produção anual em pelo menos 6%. Ela permitira aperfeiçoar a inteligência e a automação da agricultura nos dois países", ressaltou.
Por sua vez, o Secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura do Brasil, Fernando Camargo, disso que assinava embaixo todo o discurso do embaixador Yang Wanming, "tamanha a convergência de propostas com relação ao tema agricultura".
Camargo disse que a agricultura é um campo de sinergias que fazem bem ao planeta e destacou o poder do agronegócio "em fornecer soluções efetivas e eficazes para a segurança alimentar em benefício de toda a sociedade, brasileira e chinesa".
Segundo o Secretário de Inovação o desafio das mudanças climáticas pode ser dividido em três vertentes -- o uso da terra, o uso da energia e o uso da biodiversidade-- e que o agro tem soluções para as três abordagens.
"Contamos com os parceiros chineses e contem muito conosco para um agronegócio cada vez mais global, sustentável e inovador", concluiu.
Na mesma linha, o Encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil em Beijing, Celso de Tarso Pereira, enfatizou a grande importância do agro na relação bilateral.
"O Brasil mantém interesse em ser um provedor estável, seguro e confiável de produtos agrícolas para o mercado chinês, contribuindo inclusive para a segurança alimentar desse grande país."
O Brasil acredita que múltiplas possibilidades de trabalho devem continuar a ser percorridas dentro do espírito da cooperação mutuamente benéfica e de abertura aos progressos tecnológicos dos dois lados.
"É necessário que haja espaço para a ampliação do comércio que garanta vantagens para os dois lados e contribua para a segurança alimentar no Brasil e na China", afirmou.
Duas mesas sobre "a biotecnologia agrícola e os benefícios da sustentabilidade ambiental, social e econômica" e "as vias para uma agenda bilateral de cooperação em biotecnologia agrícola" permitiram, além disso, ricos debates entre especialistas de ambas as partes.
Entre os participantes estavam o presidente da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas e do Comitê Nacional de Biossegurança da Agricultura OGM (NBC) da China, Wu Kongming, o presidente da Embrapa, Celso Moretti.
Outros participantes são o vice-presidente da Associação Chinesa de Sementes, Ma Shuping, o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Paulo Barroso; o subsecretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Cléber Soares e o professor da Universidade Federal de Viçosa, Aluízio Borém.
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