Especial: O que um ano incomum como 2021 diz sobre futuro da economia chinesa

2021-12-30 16:20:22丨portuguese.xinhuanet.com

(Foto por Li Hanchi/Xinhua)

Beijing, 30 dez (Xinhua) -- Em um ano destacado por interrupções inesperadas e incertezas crescentes, a China mostrou que está pronta para garantir um crescimento estável com a ajuda de sua rápida resposta política.

A segunda maior economia do mundo se expandiu 9,8% ano a ano nos três primeiros trimestres, um resultado dificilmente conquistado em meio a vários desafios, incluindo ressurgimentos pandêmicos e crescentes pressões de dívidas, refletindo a eficácia das políticas para apoiar o crescimento e ao mesmo tempo neutralizar os riscos.

Para todo o ano, o Banco Mundial projetou que a economia da China cresceria 8%, mais que a meta do governo de "acima de 6%".

Uma revisão sobre a formulação afinada de políticas pelo governo em 2021 dá um vislumbre de como a China abordou os desafios comuns enfrentados pela economia mundial e o que isso significa para o ano de 2022 e além.

CONTROLE DA PANDEMIA COM PRECISÃO

Dois anos após o início da pandemia, os formuladores de políticas do mundo ainda estão tentando encontrar a melhor maneira de equilibrar o crescimento com o controle pandêmico.

A China adotou políticas rigorosas em 2021, eliminando novos surtos o mais rápido possível com detecção precoce, resposta rápida, contenção direcionada e tratamento eficaz dos pacientes de COVID-19.

Tais políticas têm se mostrado eficazes não apenas na garantia da saúde pública, mas também no sentido econômico, já que os ganhos gerados pela produção e consumo normalizados superam os custos de controle pandêmico, disseram analistas.

"No geral, as políticas trouxeram benefícios significativos. Graças a elas, a taxa de crescimento da economia chinesa superou a maioria das outras economias no último ano", comentou Lu Ting, economista-chefe da empresa de valores mobiliários Nomura para a China.

No próximo ano, encontrar um equilíbrio entre o controle pandêmico preciso e crescimento econômico será cada vez mais crítico, afirmou Lu.

Embora a COVID-19 tenha trazido interrupções ao consumo, o impacto será mitigado pelo "efeito aprendizagem", refletido no fortalecimento das capacidades governamentais na contenção precisa da doença e no aumento da disposição das pessoas em consumir offline, aponta a China International Capital Corporation (CICC) em um relatório.

"Para 2022, não devemos ser excessivamente pessimistas sobre o possível impacto da COVID-19. Esperamos que o consumo das famílias se recupere levemente graças às políticas pró-crescimento", destaca o estudo.

SUPORTE DE CRÉDITO DIRECIONADO

Outro desafio enfrentado pelos formuladores de políticas globais em 2021 foi como fornecer um muito necessário suporte de crédito à economia golpeada pela COVID-19 sem adicionar dívida excessiva.

Em vez de imprimir dinheiro e bombear liquidez para todo o sistema financeiro, a China adotou uma política monetária prudente em 2021, canalizando fundos através de ferramentas monetárias direcionadas para setores específicos, como a manufatura, bem como as pequenas e médias empresas mais vulneráveis.

O Banco Central chinês cortou depósitos compulsórios para as instituições financeiras duas vezes este ano para oferecer liquidez à economia real.

Além disso, o país foi mais proativo na tomada de medidas fiscais para reforçar o crescimento, reduzindo impostos e taxas para as empresas, ao mesmo tempo em que transferia fundos centrais para apoiar as regiões atingidas por desastres naturais.

Por outro lado, a China se manteve cautelosa na canalização de recursos para o setor habitacional, continuando sua campanha de desalavancagem que dura anos sob o princípio de "casas são para morar, não para especular".

Em seu mais recente esforço para reforçar a economia real, o país rebaixou em dezembro a taxa de empréstimo de referência de um ano baseada no mercado em 5 pontos-base, mas manteve inalterada a taxa de referência para mais de cinco anos, que muitos bancos tomam como referência para suas taxas de hipoteca.

Os recentes cortes nos depósitos compulsórios e na taxa de empréstimos sinalizam uma postura de política monetária mais acomodatícia, embora os esforços do setor financeiro de neutralizar os riscos continuem, disse o Banco Mundial em um relatório.

Em 2022, a China continuará implementando políticas fiscais proativas e políticas monetárias prudentes, decidiu a Conferência Central de Trabalho Econômico, que definiu o tom básico, acrescentando que o país impulsionará o ciclo virtuoso e o desenvolvimento saudável do setor imobiliário com políticas específicas para cada cidade.

TRANSIÇÃO VERDE ORDENADA

Apesar da forte pressão de crescimento, a China avançou constantemente em sua agenda de pico e neutralidade de carbono com inovações institucionais em 2021.

Como um mecanismo baseado no mercado para incentivar cortes de emissões de carbono por empresas, um mercado nacional de carbono começou a operar em julho e testemunhou o comércio ativo de cotas de emissão de carbono.

Ao mesmo tempo em que incentivam o uso da energia verde, os formuladores de políticas prestam especial atenção à potencial interrupção do fornecimento de energia e da atividade econômica, reiterando que os governos locais devem evitar a redução de "estilo campanha" de carbono.

"Alcançar o pico e a neutralidade de carbono é um requisito inerente para promover o desenvolvimento de alta qualidade, o que requer esforços inabaláveis. É impossível alcançar o objetivo de uma só vez", de acordo com a Conferência Central de Trabalho Econômico.

Para garantir uma transição tranquila para o desenvolvimento de baixo carbono, a China vem intensificando o investimento em tecnologias verdes e criando oportunidades para as empresas tanto nacionais quanto estrangeiras.

Sob as metas de carbono, o investimento no setor de manufatura verde verá um crescimento notável no próximo ano, especialmente segmentos como controle da poluição, economia digital, bem como novas energias e novos materiais, revelou o Banco de Comunicações em um relatório.

O investimento nessas áreas estimulará a demanda de curto prazo e ajudará a China na transição para novos motores de crescimento no longo prazo, diz o documento.

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