Sérvia encerra contrato com empresa de mineração de lítio por preocupações ambientais

Belgrado, 20 jan (Xinhua) -- Respondendo às demandas de protestos ambientais, a Sérvia encerrou o projeto da mineradora australiana Rio Tinto sobre a futura exploração e processamento de mineral jadarite no oeste da Sérvia, de acordo com um comunicado de imprensa do governo após uma sessão na quinta feira.

A medida pôs fim ao que se tornaria um dos maiores investimentos na exploração de lítio na Europa.

A primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, disse que o plano espacial da área de propósito especial para o projeto de lítio Jadar, que foi adotado no dia 13 de fevereiro de 2020, foi cancelado juntamente com "todos os atos administrativos relacionados à Rio Tinto", incluindo "todas as licenças, decretos e decisões".

"Cumprimos todas as demandas dos protestos ambientais e acabamos com a Rio Tinto na Sérvia. Isso é o fim de tudo, acabou e todas as demandas foram atendidas", informou Brnabic.

A Rio Tinto está presente na Sérvia desde o ano de 2002. Em 2004, a empresa descobriu ricas jazidas do mineral borossilicato de lítio e sódio jadarite. Em 2006, a Sérvia adotou uma lei para conceder à empresa direitos exclusivos de exploração.

Nos últimos meses, enquanto a empresa acelerava os esforços para se envolver na exploração de lítio, boratos e sulfatos de sódio, protestos em massa repetitivos foram feitos por ativistas ambientais em todo o país, devido às preocupações de possíveis efeitos devastadores sobre a subsistência e a saúde agrícolas circundantes.

Mais cedo na quinta-feira, a Rio Tinto expressou preocupação com o anúncio da retirada do plano espacial, dizendo que a empresa está "comprometida em desenvolver o projeto de acordo com todos os regulamentos sérvios e internacionais expressados pela população", afirmou a empresa em um comunicado à imprensa.

De acordo com o site da empresa, até agora foram investidos 2,5 bilhões de dólares americanos na implementação do projeto, com expectativa de iniciar a produção em 2027 e ao longo de 40 anos produzir 2,3 milhões de toneladas de carbonato de lítio para baterias e veículos elétricos juntamente com boratos usado para "equipamentos de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas".