Austrália desenvolve tecnologia para preservar vacinas sem refrigeração

2022-02-24 17:00:45丨portuguese.xinhuanet.com

Foto fornecida pela Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization (CSIRO) da Austrália no dia 22 de fevereiro de 2022 mostra a cientista sênior do CSIRO, Cara Doherty, exibindo um modelo do material de estruturas orgânicas metálicas (MOFs). Pesquisadores da agência nacional de ciências da Austrália desenvolveram uma tecnologia que pode eliminar a necessidade de refrigerar vacinas. (Nick Pitsas/CSIRO/Divulgação via Xinhua)

Camberra, 22 fev (Xinhua) -- Pesquisadores da agência nacional de ciências da Austrália desenvolveram uma tecnologia que pode eliminar a necessidade de refrigerar vacinas.

Em um estudo publicado na terça-feira, a equipe da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization (CSIRO) descobriu que o encapsulamento de vacinas de vírus vivos em estruturas metálicas orgânicas (MOFs) protege sua integridade por até 12 semanas em temperaturas de até 37 graus Celsius.

Sem refrigeração ou MOFs, as vacinas durariam apenas alguns dias.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada ano pelo menos 50 por cento das vacinas são desperdiçadas globalmente devido aos desafios de transportá-las em um ambiente com temperatura controlada, de acordo com o CSIRO.

Daniel Layton, imunologista do CSIRO, disse que o avanço tem o potencial de permitir um acesso mais simples e equitativo a vacinas em todo o mundo.

"A vacinação é, sem dúvida, uma das intervenções médicas mais eficazes pois salvam milhões de vidas anualmente. No entanto, entregar vacinas, principalmente para países em desenvolvimento, é um desafio porque muitas vezes faltam cadeias de suprimentos de armazenamento a frio necessárias para manter a vacina viável", disse ele em um comunicado de mídia.

Os MOFs, um material cristalino solúvel, protegeram efetivamente as moléculas da vacina do estresse térmico, de acordo com pesquisadores do CSIRO.

A equipe então desenvolveu uma solução que dissolveu os MOFs.

"Os MOFs funcionam de maneira semelhante a um andaime que você pode colocar em sua casa, uma vez que você remove o andaime, sua casa continua erguida, que é o que acontece quando dissolvemos os MOFs em uma vacina", disse a cientista-sênior do CSIRO, Cara Doherty.

Para continuar, eles vão se concentrar em testar a abordagem para vacinas, incluindo vacinas de mRNA de COVID-19.

Ruhani Singh, autor do estudo, disse que a tecnologia é econômica e escalável.

"Existem duas abordagens comuns para proteger as vacinas do calor. Você pode modificar a vacina, que é complexa e trabalhosa e em altas temperaturas ainda pode durar menos de uma semana, ou você pode usar outros agentes estabilizadores que apresentam desafios, incluindo escalar a solução", disse ele.

"Esta abordagem pioneira no mundo de estabilizar uma vacina com MOFs é simples, rápida e escalável porque só precisa de uma etapa", observou Singh.

Espera-se que a equipe continue progredindo nesta pesquisa e procure parcerias com empresas de saúde animal e humana para comercializar seu trabalho, de acordo com o CSIRO. 

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