Destaque: Habitantes de Istambul sofrem aumento no custo de vida em meio à alta inflação na Turquia

Foto tirada no dia 3 de março de 2022 mostra um ponto de câmbio em Istambul, Turquia. (Xinhua/Shadati)
Por Zeynep Cermen
Istambul, 4 mar (Xinhua) -- Em Istambul, centro financeiro e maior cidade da Turquia, uma ampla gama de oportunidades de emprego e vida relativamente boas eram o que os moradores locais se orgulhavam. No entanto, agora com os preços subindo vertiginosamente na cidade de cerca de 16 milhões de habitantes, isso acabou.
A Agência de Planejamento de Istambul revelou recentemente em seu último relatório que o custo de vida subiu 66 por cento ao ano em fevereiro em Istambul, classificando a cidade como a mais cara da Turquia.
De acordo com o relatório, uma família de quatro pessoas em Istambul precisa ganhar mais de 15.300 liras turcas (1.074 dólares americanos) em média por mês para suprir necessidades essenciais, incluindo alimentação, combustível e despesas de aluguel.
O custo de vida aumentou em 850 liras em apenas um único mês, colocando os habitantes de Istambul sob crescente pressão para lidar com esses aumentos, segundo o relatório.
"É difícil viver nas condições de Istambul, especialmente para aqueles que moram em uma casa alugada com o salário mínimo", disse à Xinhua, Aydin, vendedor de um bazar no bairro de Ferikoy, no lado europeu.
"Somos uma família de quatro pessoas e estamos lutando para sobreviver", disse o turco, que se recusou a dar seu sobrenome.
O bazar, realizado duas vezes por semana, "agora está deserto e sem comerciantes", pois a maioria dos vendedores opta por não abrir suas barracas porque seus ganhos não cobrem mais suas despesas, explicou ele.
"Veja o estado do bazar, vazio. As pessoas não têm poder aquisitivo", disse Cemal Guder, outro vendedor, em tom de desespero.
"Eu estava comprando um quilo de pepino a 12 liras e vendendo a 15 liras na semana passada. Hoje precisamos comprar por 17 liras e vender por 20", acrescentou ele.
O governo turco recentemente aumentou o salário mínimo mensal em 50 por cento para 4.250 liras para aliviar o fardo financeiro dos trabalhadores, enquanto as pensões dos aposentados também tiveram um aumento de 30,5 por cento. No entanto, os aumentos ficaram aquém da inflação proibitiva que atingiu 54,4 por cento em fevereiro, a maior desde 2002.
"Minha pensão acabou faz tempo", disse Ciler Savkun, uma moradora de Istambul de 75 anos, à Xinhua, observando que sua conta de compras fica mais cara a cada semana.
Savkun e seu marido lutam para manter uma família de cinco pessoas, incluindo seu neto, com suas duas pensões de quase 9.500 liras.
"Nossos gastos mensais só aumentam. Não vou mais a mercearias, onde os preços são mais altos do que em qualquer lugar, como queijos e outras variedades de itens de café da manhã. Todos são muito caros", disse ela.
Em fevereiro, a Turquia anunciou novas medidas econômicas para aliviar o fardo dos cidadãos turcos contra o aumento vertiginoso do custo de vida em meio à alta inflação.
Sob as novas medidas, o imposto sobre o valor agregado de 8 por cento sobre produtos alimentícios básicos, que tem um peso significativo na cesta de inflação, foi reduzido para 1 por cento. O governo também prometeu fornecer suporte de crédito para empresas e exportadores, além de lançar um aplicativo móvel para permitir que os cidadãos vejam produtos acessíveis.

Morador escolhe vegetais em um mercado em Istambul, Turquia, no dia 3 de março de 2022. (Xinhua/Shadati)
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