Entrevista: "Nada é impossível", afirma primeira mulher grega a escalar Monte Everest por ocasião do Dia Internacional da Mulher

A alpinista grega, Christina Flampouri, é fotografada em Atenas, Grécia, no dia 5 de março de 2022. (Xinhua/Marios Lolos)

Por Maria Spiliopoulou e Valentini Anagnostopoulou

Atenas, 8 mar (Xinhua) -- Oito anos atrás, quando Christina Flampouri com seu primo a tiracolo tentou escalar pela primeira vez em sua vida perto de Atenas, a tentativa acabou sendo um fracasso. Com muito trabalho e determinação, ela superou seu medo de altura e, em 2019, Flampouri se tornou a primeira mulher grega a escalar o pico mais alto do mundo, o Monte Everest (8.848 metros).

Poucos meses depois, ela se tornou a primeira mulher grega a chegar ao Pólo Sul e, no início de 2020, escalou o Monte Vinson (4.892 metros), o pico mais alto da Antártida, tornando-se a primeira alpinista grega a conquistar os cobiçados Sete Cumes, as mais altas montanhas em cada um dos sete continentes do mundo.

Até o momento, apenas cerca de 400 alpinistas reivindicaram essa grande conquista de montanhismo, entre eles 70 mulheres.

"Nada é impossível" foi a mensagem de Flampouri, 32 anos, para mulheres e homens, meninas e meninos de todo o mundo, quando foi entrevistada pela Xinhua por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

Este dia "é uma oportunidade para reconhecer o poder que as mulheres têm, trazendo vida ao mundo. É também uma oportunidade para reconhecer o poder que cada pessoa tem dentro de si", disse ela.

"Quando você alcança o pico mais alto do mundo, você percebe o poder que uma pessoa tem dentro de si. Somos capazes de fazer qualquer coisa, e acho que essa é uma mensagem que todos devemos ter em mente. Não há obstáculo que não possa ser vencido e não há pico que não possa ser atingido, desde que trabalhemos muito e estejamos comprometidos com os nossos objetivos", destacou ele.

Flampouri não era uma pessoa esportiva antes de se dedicar ao montanhismo. Mas era um desafio e ela não podia ignorá-lo. Como gerente de marketing e vendas de uma multinacional, estava acostumada a estabelecer e atingir metas.

À medida que descobria a beleza das montanhas, ela decidiu pisar no topo do mundo, o Monte Everest.

Ela praticou escalada em montanhas menores em todo o mundo, aproveitando sua experiência em gerenciamento de projetos para organizar suas expedições.

"Quando cheguei ao topo do mundo e fui a primeira mulher a colocar a bandeira grega ali, senti alegria e honra. No entanto, o sentimento mais importante que tenho desde aquele dia é a confiança de que realmente tudo é possível", disse ela à Xinhua.

"Através de muito trabalho duro, você pode conseguir qualquer coisa".

A escalada a mudou. "As montanhas me ajudaram a gerenciar meu estresse e a ter confiança de que posso conseguir qualquer coisa na minha vida", explicou ela.

Há três anos, Flampouri também é palestrante motivacional. Ela quer compartilhar suas lições de vida e inspirar outras pessoas, crianças e adultos, a seguir seus sonhos, estabelecer metas e conquistar picos em seu dia a dia.

Presa em casa durante a pandemia de COVID-19, Flampouri decidiu escrever e publicar um conto intitulado "7 picos", que conta a história da jovem Christina para motivar as crianças a trabalhar duro, colaborar em equipe, ser paciente e comprometida em alcançar metas.

Após o fim da pandemia, Flampouri planeja visitar a China para escalar o Monte Everest do lado do Tibete e explorar outras montanhas do país com seu amigo chinês, que conheceu quando escalou o Everest pela primeira vez e que lhe ensinou a usar hashis enquanto acampava em 6.300 metros.

Apesar de já ter chegado ao topo do mundo, ela continua traçando novos objetivos e agradece o apoio que recebeu de sua família e amigos.

Atualmente grávida, ela se concentra em seu trabalho e seus discursos, mas pretende voltar para as montanhas depois.

Lembrando que ao escalar montanhas ela foi exposta a estereótipos por causa de seu gênero, Flampouri disse à Xinhua que ensinará seu filho a nunca distinguir as pessoas por gênero, como seus pais fizeram antes, e ela continuará perseguindo seus objetivos em sua carreira e vida cotidiana.