Destaque: Jovens do Botswana combatem poluição transformando jornais em lápis

2022-03-17 14:11:15丨portuguese.xinhuanet.com

Wada Kealotswe, fundadora da Eco Zera Pencils, apara um lápis usando uma máquina de corte de lápis comprada na China em Gaborone, Botsuana, no dia 6 de março de 2022. (Foto por Sharon Tshipa/Xinhua)

Gaborone, 15 mar (Xinhua) -- Em todo o mundo, as cidades são sinônimo de poluição e outras atividades urbanas que são grandes emissoras de gases de efeito estufa. Eles são considerados os principais contribuintes para as mudanças climáticas.

Por esse motivo, as partes interessadas do desenvolvimento expressaram desde então a necessidade de uma transformação inteligente, segura e resiliente em toda a cidade, que alavancará e integrará tecnologias para criar oportunidades econômicas reais e salvar vidas.

Quando a oportunidade de fazer uma contribuição significativa na luta contra as mudanças climáticas nas cidades apareceu para Wada Kealotswe em 2019, ela rapidamente pesquisou e lançou um projeto de reciclagem de jornais com o Banco Mundial para Cidades Inteligentes e Resilientes.

Essa ideia, disse ela, a levou a participar da Conferência da Juventude de 2019 em Washington D.C.

"Bem, embora o projeto tenha chegado às semifinais, não chegou às finais, mas eu estava inspirada a continuar com ele, então fundei uma marca chamada Eco Zera Pencils, financiada por mim", disse Kealotswe à Xinhua.

Desde que seu negócio de fabricação começou há apenas dois anos, a Eco Zera Pencils conseguiu utilizar aproximadamente 8.000 jornais.

"Recolhemos os jornais em escritórios e de pessoas físicas. Temos escritórios que nos chamam para coletas mensais, e até mesmo pessoas que veem nosso trabalho e oferecem jornais", disse ela.

Os jornais, no entanto, não são os únicos materiais necessários no processo de fabricação do lápis. Portanto, Kealotswe consegue grafite e outras matérias-primas da China.

Usando máquinas também enviadas da China, Kealotswe e sua equipe primeiro cortaram os jornais no tamanho do grafite e, em seguida, usaram cola de papel para prender o grafite à fatia de corte do jornal. Depois disso, uma máquina enrola o resto do papel para fazer varetas de lápis presas por cola de resina.

"Secamos as hastes ao sol por cerca de 4 horas antes de colocar um forno elétrico que endureça e pareça madeira. Em seguida, a haste é cortada nas duas extremidades, tomando forma de lápis antes de ser lixada para ficar polida e com uma borracha, por último, são afiados e embalados em uma caixa da marca com 12 unidades", Kealotswe explicou o processo.

Cerca de 80 por cento do processo de fabricação, segundo ela, é feito manualmente, enquanto apenas 20 por cento usa máquinas.

Desde que começaram a vender, fabricaram cerca de 40.000 lápis e venderam cerca de 39.000 até o momento.

Seu desejo é ver seu negócio crescer a ponto de exportar, não apenas na África, mas para o mundo inteiro, pois ela diz que a demanda por lápis ainda é alta em todos os países e em Botsuana.

"As crianças aprendem a escrever com lápis, e é um instrumento que tem sido usado por muitas profissões", expressou ela.

Ao usar papéis reciclados para fazer lápis, Kealotswe disse que está tentando aumentar a conscientização do consumidor para produtos amigos do planeta.

"Chegaremos a um ponto em que muitas árvores não serão cortadas para fazer lápis. Cortar árvores invade o ecossistema e, ao apoiar produtos verdes, os indivíduos podem ajudar a impedir isso", disse Kealotswe, que pediu a todos para cuidarem do planeta, lembrando que cada pequena atividade realizada um dia fará a diferença na redução das temperaturas em constante aumento.

Os esforços de Kealotswe para reciclar jornais na capital Gaborone, consequentemente evitando que milhares de árvores sejam derrubadas, são louváveis. Desde então, a Eco Zera ganhou o Prêmio SEED de Adaptação Climática 2021 (Prêmios de Empreendedorismo em Desenvolvimento Sustentável), pela gestão de resíduos.