Severas sanções dos EUA impedem gastos dos iranianos no Noruz

Bonecas de Haji Firouz, personagem tradicional que aparece nas ruas no início do Ano Novo Iraniano, é exibido para venda em um bazar em Teerã, Irã, no dia 18 de março de 2021, antes do Noruz, o Ano Novo iraniano. (Foto por Ahmad Halabisaz/Xinhua)
Teerã, 19 mar (Xinhua) – Como o Noruz, ano novo iraniano, começará no dia 21 de março, Reza, um trabalhador da construção civil que vive em Teerã, está se sentindo deprimido porque não tem condições de comprar roupas novas e presentes para seus filhos.
"É uma tradição, e eles estão ansiosos para ganhar roupas novas", lamentou Reza, que só informou seu primeiro nome. Ele é o pai de uma menina de 10 anos e de um menino de 5 anos.

Vários objetos simbólicos ficam à venda durante as celebrações de Noruz, em Teerã, Irã, no dia 18 de março de 2018 para o Nowruz, Ano Novo Iraniano. (Xinhua/Ahmad Halabisaz)
Mal sendo capaz de ler e escrever, Reza lembrou que a vida ficou mais difícil depois que os Estados Unidos, sob o comando do ex-presidente Donald Trump, se retiraram do acordo nuclear internacional do Irã, formalmente conhecido como o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), em 2018, e reimpuseram sanções severas contra a república islâmica.
Embora as sanções não tenham conseguido domar o Teerã, um fato amargo, mas inegável é que sempre foi o povo do Irã, principalmente a classe de baixa renda, que suportou o peso das pressões causadas por essas medidas coercitivas unilaterais.
"Eles são apenas crianças e não compreendem quando eu digo que não tenho dinheiro suficiente", disse ele, questionando se "os americanos não dizem que querem chegar a um acordo? Por que insistem em manter as sanções em vigor"?
Reza disse que, nos primeiros meses após a reimposição das sanções, os preços no Irã continuaram subindo e que, no passado, foi difícil para ele consertar qualquer um de seus aparelhos quebrados, muito menos comprar novos.
Após o restabelecimento das sanções, os preços das principais moedas estrangeiras no mercado interno estavam em tendência de alta, aumentando até dez vezes em alguns casos.

Homem passa por um quadro mostrando as taxas das moedas em um centro de câmbio no centro de Teerã, Irã, no dia 14 de outubro de 2020. A taxa de câmbio do Irã atingiu um novo patamar contra as moedas estrangeiras dias depois que os Estados Unidos aplicaram novas sanções contra o setor financeiro iraniano. (Foto por Ahmad Halabisaz/Xinhua)
Elogiando os esforços da nova administração iraniana, "tenho esperança de que o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, suspenda as sanções, pois ele e sua equipe são muito determinados e capazes", disse Reza, referindo-se às negociações em andamento entre o Irã e as demais partes, nomeadamente China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha, em Viena, sobre a retomada do JCPOA.
"Esperamos que, se as sanções forem suspensas no próximo ano iraniano, a economia consiga retomar seu fôlego. Podemos vender petróleo com maior facilidade e ganhar dinheiro". Além disso, a tendência de queda dos preços de mercado ganhará maior ímpeto", disse ele.

Foto tirada no dia 17 de abril de 2021 mostra uma reunião da Comissão Conjunta do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) em Viena, Áustria. (Delegação da UE em Viena/Divulgação via Xinhua)
Washington reinstituiu as sanções, visando principalmente os setores petrolífero e bancário do país, ao Irã como parte de sua campanha de "máxima pressão", em uma tentativa de paralisar a economia do país.
"Meu filho quer uma bicicleta". Espero poder comprar uma para o próximo Noruz", disse Reza.
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