Cooperação sino-lusófona obtém resultados reais, diz ministro do Comércio
Beijing, 12 abr (Xinhua) -- A cooperação entre a China e os países de língua portuguesa enfrenta desafios sem precedentes em meio à situação complicada global e à pandemia. Neste contexto, a realização da Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem um significado especial e importante e obteve resultados reais, disse Wang Wentao, ministro chinês do Comércio, em entrevista à Xinhua.
Segundo o ministro, a reunião esclareceu a direção da cooperação entre os dois lados. A China apresentou três propostas para aprofundar a cooperação na reunião, que foram elogiadas pelos participantes. Os ministros participantes da reunião alcançaram uma série de consensos sobre a luta contra a COVID-19 e a recuperação econômica, o que indicou a direção para a cooperação sino-lusófona.
Na reunião, os ministros dos países participantes assinaram a Declaração Conjunta da Reunião Extraordinária Ministerial, um planejamento específico para a cooperação futura entre a China e os países lusófonos em diversas áreas sob o quadro do fórum, disse Wang.
Além disso, os ministros emitiram a declaração sobre a aprovação da adesão oficial da República da Guiné Equatorial ao Fórum de Macau como o 10º país integrante, assinalou Wang, acrescentando que o fórum conseguiu cobrir todos os países de língua portuguesa (PLP) no mundo desta forma.
Na entrevista, Wang lembrou os resultados obtidos na cooperação China-PLP após a 5ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau em 2016, destacando que a parte chinesa cumpriu todas as promessas na conferência.
Nos últimos seis anos, o volume acumulado de empréstimos preferenciais, apoio sem condições e isenção de dívidas oferecidas pela China aos países de língua portuguesa na Ásia e África ultrapassou 4,5 bilhões de yuans (US$ 706,5 milhões). A negociação sobre a cooperação industrial e capacidade produtiva China-Brasil está avançando de forma estável, afirmou Wang, mencionando a realização de uma série de projetos importantes como a modernização conjunta da rede móvel em Moçambique e a construção conjunta da Zona Econômica Especial de São Vicente no Cabo Verde.
Na área da saúde, as equipes médicas chinesas trataram mais de 320 mil pacientes nos países de língua portuguesa nos últimos anos, informou o ministro.
Falando sobre o comércio, o ministro disse que o valor comercial entre a China e os países lusófonos atingiu US$ 200 bilhões no ano passado, uma nova alta histórica. Também destacou a diversidade de áreas e formas de investimento e formas de cooperação no investimento entre os dois lados.
Até o final de 2021, o estoque de investimento da China nos países de língua portuguesa ultrapassou US$ 86 bilhões.
Wang também ressaltou a influência cada vez maior do fórum, mencionando as duas expansões desde sua criação. A integração de São Tomé e Príncipe ao fórum em 2017 e a da República da Guiné Equatorial desta vez permitiram a "grande reunião" entre a China e o mundo lusófono, comentou ele. A cooperação entre o Secretariado Permanente do Fórum de Macau e as organizações internacionais está avançando, o que reforçou a influência global do fórum.
O ministro sublinhou o papel de plataforma de Macau na cooperação sino-lusófona. Como o apoio ativo do governo chinês, Macau está acelerando a construção da plataforma de serviços para a cooperação comercial e empresarial China-PLP. O Centro de Formação do Fórum de Macau já formou mais de 500 talentos de países lusófonos. A cidade também sediou com êxito diversos eventos como a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa e o Fórum de Jovens Empresários entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Desde o início da epidemia, a China e todos os países lusófonos se ajudaram para superar as dificuldades e realizaram ativamente a cooperação antiepidêmica, observou o ministro, acrescentando que o Secretariado Permanente do Fórum de Macau tem desempenhado um papel importante a este respeito.
Segundo ele, o órgão cooperou com associações empresariais e empresas relevantes da parte continental e de Macau para angariar fundos e coletar materiais antiepidêmicos e necessidades diárias para apoiar os países de língua portuguesa, com um valor total de cerca de 3 milhões de yuans; realizou vários seminários online sobre prevenção e controle da epidemia em parceria com diversas partes para apoiar no compartilhamento de experiências de diferentes países em tal tópico; promoveu o estabelecimento do Centro de Intercâmbio sobre Epidemias entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que foi inaugurado oficialmente durante esta reunião.
Como anfitrião permanente do Fórum, Macau é uma ponte que liga a China e os países lusófonos.
Há muito tempo, com as vantagens institucionais de "um país, dois sistemas" e o charme particular na língua e cultura, Macau vem desempenhando plenamente seu papel como plataforma importante de serviços em cooperação empresarial, impulsionando o aprofundamento contínuo da cooperação empresarial entre a China e os países lusófonos, disse Wang.
Ao mesmo tempo, a construção da plataforma China-PLP também forneceu um motor para o desenvolvimento moderadamente diversificado da economia de Macau, enfatizou o ministro. Hoje em dia, está basicamente formada em Macau uma plataforma de serviços integrados centrada em serviços de cooperação econômica e comercial, bem como o desenvolvimento coordenado e o avanço conjunto em investigação científica, medicina tradicional chinesa, turismo cultural, comércio de exposições, cooperação financeira e empreendedorismo jovem, entre outros campos, revelou.
Atualmente, o governo chinês está promovendo a construção da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e acelerando a construção da zona de cooperação profunda Guangdong-Macau em Hengqin, trazendo novas oportunidades históricas e amplas perspectivas para a plataforma China-PLP, de acordo com Wang. No futuro, tanto as vantagens únicas de Macau quanto o papel dessa plataforma se tornarão mais proeminentes, impulsionando constantemente a cooperação econômica e comercial sino-lusófona a um novo patamar, acrescentou.
Sobre os próximos passos para aprofundar a cooperação e os intercâmbios econômicos e comerciais entre a China os países de língua portuguesa no âmbito do Fórum de Macau, o ministro detalhou três aspectos:
Primeiro, aprofundar a cooperação antiepidêmica. Até agora, a China ofereceu mais de 170 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 aos países lusófonos. O lado chinês está disposto a cooperar com os países de língua portuguesa do Fórum na transferência de tecnologia e na capacidade de produção de vacinas contra a COVID-19, de modo a melhorar juntos a acessibilidade vacinal nesses países.
Segundo, ampliar a cooperação econômica e comercial. Aproveitando a construção conjunta de alta qualidade do Cinturão e Rota e a promoção da implementação de iniciativas de desenvolvimento global, a China aprofundará a cooperação nas cadeias industrial e de suprimentos e construirá uma série de projetos de subsistência "pequenos e belos", além de dar pleno destaque ao papel do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, cultivando novos pontos de crescimento econômico e comercial com características de baixo carbono e verde, comércio de serviços e economia digital.
Terceiro, fazer bom uso da plataforma de Macau. A China reforçará o efeito de sinergia da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apoiará Macau na construção de uma plataforma de serviços integrados, realizará a Exposição Econômica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (Macau) e apoiará Macau e Guangdong a construírem conjuntamente um centro de comercial internacional China-PLP em Hengqin. Além disso, o país também incentivará as empresas da parte continental e de Macau a participarem juntas da construção de infraestruturas dos países lusófonos por meio de investimento e financiamento conjunto e cooperação técnica, entre outros, a fim de contribuir para o desenvolvimento econômico e social local e aprimorar o bem-estar das pessoas.
Fundado em Macau em 2003, o fórum destina-se a reforçar as trocas econômicas e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, elevando o papel da região como plataforma econômica e comercial que liga os dois lados e promovendo o desenvolvimento comum da parte continental da China, dos países lusófonos e da Região Administrativa Especial de Macau.
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