(Multimídia) Experiência da China inspira desenvolvimento do e-commerce no Brasil, diz empresária brasileira
Camila Ghattas participa de uma conferência de desenvolvimento de realidade virtual em São Paulo, no Brasil, em 16 de julho de 2016. (Foto pela entrevistada)
Por Zhou Yongsui e Wu Hao
Beijing, 13 mai (Xinhua) -- Live-commerce, compras em grupo, livestreaming (transmissão ao vivo), serviço de entrega...a empresária brasileira Camila Ghattas se surpreendeu com esses ricos modelos de operação do e-commerce na China, e sentiu uma oportunidade de negócio.
"A China é vanguarda de inovação digital. É de uma forma que o Brasil e a América Latina nem imaginam", disse Ghattas.
Segundo ela, o mercado do e-commerce brasileiro continua crescendo e o número de compradores online tem aumentado bastante, mas ainda existe uma grande lacuna entre o setor do e-commerce do Brasil e da China. "Podemos aprender com a China em muitos aspectos."
Ghattas é fundadora e CEO de uma empresa de tecnologia estabelecida em Haikou, capital da província insular de Hainan, no sul da China. Sua empresa se dedica a estudar as estratégias digitais chinesas bem-sucedidas, entre as quais o e-commerce por livestreaming se destaca claramente, e a prestação de serviços de consultoria para empresas latino-americanas.
De acordo com ela, na China, o e-commerce está intimamente integrado às indústrias tradicionais, trazendo uma nova vitalidade a elas. Tanto a China quanto o Brasil têm grandes indústrias agrícolas e de alimentação, mas a China tem muito mais canais para a venda de alimentos. Com o apoio do setor do e-commerce, desde que os consumidores chineses liguem seus telefones celulares, podem comprar ingredientes frescos por meio de vários aplicativos e desfrutar de serviços de entrega porta a porta.
"Levamos essa inteligência para duas empresas brasileiras de venda de alimentos, as ajudamos a lançar seus próprios aplicativos de entrega e abrir novos canais de venda", disse.
Ghattas acredita que a integração do e-commerce e das mídias sociais é outra característica importante do desenvolvimento do setor na China. Várias plataformas como Taobao, Douyin (TikTok na versão internacional), Meituan etc., não apenas realizam funções sociais, mas também são a arena para a competição do e-commerce.
Sob o impacto da pandemia, o e-commerce acabou sendo uma grande salvação das empresas no Brasil.
Como a primeira plataforma chinesa do e-commerce transfronteiriço que entra no mercado brasileiro, o AliExpress do Alibaba Group, vem recebendo pedidos do Brasil desde sua criação em 2010, e agora se tornou uma das mais importantes plataformas do e-commerce transfronteiriço do Brasil.
Zhu Jilang, diretor do AliExpress nas Américas, disse que no ano passado, o número de usuários brasileiros na plataforma mais que dobrou, e o número de muitas categorias emergentes aumentou mais de cinco vezes.
"Nos últimos anos, a demanda dos consumidores brasileiros por roupas, eletroeletrônicos, eletroportáteis e utensílios de cozinha vem crescendo em um nível de dois dígitos, e esses produtos pertencem a uma parte muito competitiva da fabricação chinesa", disse Zhu.
Alessandro Golombiewski Teixeira, ex-assessor econômico da Presidência brasileira, disse que os aplicativos chineses têm um excelente desempenho em termos de aceitação no Brasil. Do ponto de vista do comércio internacional e também dos investimentos, Brasil e China podem e devem aprofundar mais as relações econômicas.
"O conceito de Economia de Plataforma é um que a economia brasileira começa a trabalhar. No caso da China, está em um estágio avançado e tem melhorado os elos fracos das diferentes cadeias de suprimento criando um ambiente para inovação. Exemplo disso tem sido o setor de logística, as plataformas do e-commerce. O Brasil pode aproveitar esse desenvolvimento já que o nosso mercado é muito criativo e inovador em tecnologias digitais", disse ele.
"A China pode servir ao Brasil como inspiração para a melhoria da infraestrutura física e digital. Por outro lado, o Brasil pode auxiliar a China com experiências importantes na área de modernização do setor financeiro, agricultura e inovações de instrumentos de mercado no setor de serviços", acrescentou.
Camila Ghattas (centro) participa da gravação de programa da MTV Brasil. (Foto pela entrevistada)
Equipe do AliExpress Brasil apresenta o evento da maratona de compras online "Double Eleven" aos comerciantes por meio de transmissão ao vivo. (Foto pelo entrevistado)
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