Entrevista: Desejo dos povos por paz respalda proposta da China sobre governança da segurança mundial
Brasília, 27 jun (Xinhua) -- A proposta do presidente Xi Jinping sobre a governança da segurança mundial está respaldada pelo desejo dos povos e das nações de alcançar a paz, disse em entrevista à Xinhua o presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China, o deputado federal Daniel Almeida.
"Isso implica no desenvolvimento de relações internacionais baseadas na solidariedade, no respeito mútuo, na não intervenção nos assuntos internos, na proibição das sanções unilaterais ou no uso ou ameaça do uso da força, fazendo do diálogo e da negociação os instrumentos para a resolução pacífica dos conflitos entre as nações", afirmou.
Almeida ressaltou que nenhuma nação tem direito de ser o árbitro do que é ou não é democracia, por exemplo.
"Essa governança da segurança mundial, como destaca o presidente Xi, implica em respeitar o direito de cada povo escolher seu próprio caminho de desenvolvimento, segundo sua história, sua cultura e sua opção política", enfatizou.
A democracia, os direitos humanos, a preservação do meio ambiente e o rechaço ao terrorismo são valores sumamente importantes.
"Em um entorno de governança da segurança, nos termos propostos pelo presidente Xi, esses valores estarão muito melhor protegidos, já que não serão manipulados nem instrumentalizados com fins geopolíticos, acrescentou.
O presidente Xi Jinping destaca que a governança da China requer coordenar a situação interna e a internacional e administrar as duas grandes questões do desenvolvimento e da segurança.
Em 2021 e 2022, o presidente Xi propôs sucessivamente a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global.
Para o deputado Almeida, essa ideia de governança nacional representa uma referência para o desenvolvimento sustentável dos demais países, o Brasil incluído.
"A Iniciativa de Desenvolvimento Global, que, acredito, faz parte do que o presidente Xi Jinping chama de 'Futuro Compartilhado da Humanidade', se baseia no pressuposto de que todos os países têm direito ao desenvolvimento sustentável. O Brasil, assim como a China, tem um grande território, abundantes riquezas naturais e um povo trabalhador e criativo", ressaltou.
Almeida disse também que acolhe com entusiasmo a iniciativa do Cinturão e Rota e a parceria China-CELAC (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), prevendo investimentos na estrutura produtiva dos países associados.
"Creio que não haverá desenvolvimento e, portanto, segurança global, com uma financeirização da economia mundial até um nível intolerável. Nesse sentido, a iniciativa de Desenvolvimento Global representa uma aposta na produção real em contraste com a produção 'morta' baseada em capital fictício", enfatizou.
Ele destacou a relevância do terceiro artigo da Iniciativa de Segurança Global, ou seja, o compromisso com os propósitos e princípios da Carta da ONU, rechaçar a mentalidade da Guerra Fra, opor-se ao unilateralismo e dizer não à política de grupos e a da confrontação de blocos.
"Considero que esse artigo expressa a essência da Governança para a Segurança Mundial, porque deixa clara a opção pelo verdadeiro multilateralismo, pelo fim da política de hegemonia mundial que tenta impor, em nome de interesses estreitos, uma determinada visão de mundo a todas as nações, desprezando, na prática, a Carta da ONU", afirmou.
Segundo o deputado brasileiro, é necessário fazer prevalecer a Carta das Nações Unidas, que, em seu primeiro artigo coloca a paz como objetivo supremo e no artigo seguinte estabelece a igualdade entre todos os países membros, independentemente de seu tamanho e força militar.
Dessa maneira, a Carta coloca "inequivocamente que as controvérsias internacionais devem ser resolvidas 'por meios pacíficos, de modo que a paz, a segurança e a justiça internacionais não se vejam ameaçadas'".
Em uma alusão à pandemia da COVID-19, Almeida disse que ela revelou duas posturas opostas: uma que privilegiou o interesse egoísta de preservar apenas a segurança sanitária de um seleto grupo de nações, em detrimento da segurança de outros países, chegando inclusive a instrumentalizar politicamente a pandemia.
O deputado qualificou essa postura como "um caminho absurdo e irracional", pois enquanto não se erradicar a pandemia em todo o planeta, nenhum país estará a salvo.
"Por outro lado, países como a China optaram pela solidariedade, a cooperação mundial efetiva, a ajuda mútua e o pleno exercício das competências das organizações multilaterais", ressaltou.
"Uma Governança de Segurança Global seria valiosa para, em situações como a pandemia, coordenar uma resposta mais rápida, eficaz e equitativa", acrescentou.
Para Almeida, a Iniciativa de Segurança Global, o Futuro Compartilhado da Humanidade, e a Iniciativa de Desenvolvimento Global baseada na política de benefícios mútuos "são elementos que serviria como garantias poderosas para um futuro de paz e desenvolvimento".
O líder parlamentar brasileiro comentou ainda que "alguns países seguem insistindo em fomentar um clima de beligerância, na busca de uma hegemonia anacrónica", e que enquanto essa postura persistir, "a paz mundial se verá seriamente ameaçada". Fim
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