Rio de Janeiro, 16 set (Xinhua) -- Sessenta e cinco por cento da população brasileira teme ser agredido por sua posição política enquanto 3,2% já foi ameaçado pelo mesmo motivo no último mês, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS).
Os dados para o estudo "Violência e Democracia: panorama brasileiro pré-eleições de 2022, percepções sobre medo de violência, autoritarismo e democracia" foram coletados pelo Instituto Datafolha.
A pesquisa, publicada quando faltam apenas 17 dias para as eleições presidenciais mais polarizadas da história do Brasil, reflete o temor existente entre os cidadãos brasileiros de sofrer agressões físicas por motivos políticos.
"Os resultados da pesquisa mostram um cenário preocupante, especialmente na véspera do primeiro turno das eleições de 2022 e diante da escalada de violência política que tem afetado eleitores e candidatos em várias partes do país", afirmou a RAPS.
Apesar disso, o chamado Índice de Propensão de Apoio à Democracia, que o estudo mediu através de uma série de perguntas sobre o respaldo dos brasileiros às instituições, alcançou um nível alto (7,25 pontos em uma escala de 0 a 10).
Nesse sentido, 90% dos entrevistados são favoráveis a que o vencedor das eleições presidenciais seja investido no cargo no próximo dia 1º de janeiro, enquanto 89,3% concordam que, para a democracia, é essencial que o povo escolha seus líderes em eleições livres e transparentes.
Os responsáveis pelo levantamento destacaram que o apoio à democracia no Brasil se mantém alto apesar dos ataques do presidente Jair Bolsonaro à confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e, de parte de seus seguidores, às instituições.
As eleições brasileiras estão marcadas para 2 de outubro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todas as pesquisas, seguido pelo atual mandatário, Jair Bolsonaro. Se nenhum candidato obtiver a metade mais um voto, haverá um segundo turno, em 30 de outubro.
