Rio de Janeiro, 14 jun (Xinhua) -- A safra brasileira deste ano será 5,9% menor que a de 2023 devido aos efeitos negativos causados pelo clima em várias regiões do país, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em números, a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 296,8 milhões de toneladas, 18,6 milhões de toneladas abaixo da safra obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas) e 0,9% inferior (2,8 milhões de toneladas) à estimativa de abril.

A área a ser colhida foi de 78,3 milhões de hectares, aumento de 0,6% (454.502 hectares) em relação à colhida em 2023 e crescimento de 0,6% (445.140 hectares) em relação a abril. O algodão foi o único produto a apresentar recorde de produção.

"A redução da produção reflete o impacto dos problemas climáticos ocorridos em 2023 e 2024, desde a implantação das lavouras, com a falta de chuvas na região Centro Oeste, a altas temperaturas que encurtaram o ciclo de algumas lavouras e reduziram a produtividade", afirmou o IBGE.

"Alguns produtores tiveram de fazer replantio, caso da soja, e outros optaram por aumentar a área de algodão, cuja produção está batendo recorde com estimativa de 8,5 milhões de toneladas, alta de quase 10% em relação ao ano passado, que também foi recorde", acrescentou o instituto.

O arroz, o milho e a soja representarão, juntos, 91,5% de toda a colheita do Brasil e 87,2% da área colhida.

A estimativa para a safra de soja deste ano é de 146,7 milhões de toneladas, 3,5% a menos que em 2023.

"Isso se deve aos problemas climáticos, que deverão acarretar numa produtividade menor em 2024. No ano passado, o clima foi bom para a soja no Rio Grande do Sul e esperava-se uma safra recorde em 2024 para o estado. Com as enchentes recentes, a estimativa caiu, mas continua sendo uma boa safra especialmente se comparada à colhida em 2023", explicou o IBGE.

Com relação ao milho, a estimativa é de uma produção de 114,5 milhões de toneladas, 12,7% menos que em 2023, enquanto a de arroz totalizará 10,5 milhões de toneladas, 2,3% mais que no ano passado.

Outros produtos destacados são o trigo, cuja safra está calculada em 9,6 milhões de toneladas (23,8% a mais que em 2023), algodão, com um recorde histórico de 8,5 milhões de toneladas (9,9% a mais que no ano passado) e sorgo (4,3 milhões de toneladas, um aumento de 0,5% com relação a 2023).