Rio de Janeiro, 2 dez (Xinhua) -- A pandemia da COVID-19 levou o número de brasileiros vivendo em situação de extrema pobreza aumentar 48,2% e em 27,2% os que vivem abaixo da linha da pobreza, segundo divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo inédito sobre os impactos da COVID-19 no país, mostrou que o crescimento da extrema pobreza e da pobreza no Brasil em 2021, comparados aos números do ano anterior, foram recordes, já que não registravam um avanço tão grande desde 2012.

Em números absolutos, 11,6 milhões de brasileiros (29,4% da população do país) passaram a viver abaixo da linha da pobreza, enquanto outros 5,8 milhões (8,4%) passaram a viver em condições de extrema pobreza.

De acordo com o IBGE, quase metade (46,2%) das crianças brasileiras até 14 anos vivia no ano passado baixo da linha da pobreza, recorde da séria histórica iniciada em 2012, enquanto uma em cada três pessoas (33,2%) estava em situação de pobreza, o triplo dos idosos (10,4%).

Outro dado da pesquisa informou que 62,8% das pessoas que vivem em domicílios chefiados por mulheres e com filhos menores de 14 anos estavam abaixo da linha de pobreza;

A situação da população de pretos e pardos que vivem abaixo da linha da pobreza (37,7%) também é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%).

O Índice de Gini, que mede a desigualdade, voltou a crescer e chegou a 0,544, segundo maior patamar da série. O índice varia de 0 a 1 e, quanto mais perto de 1, maior a desigualdade.

Segundo os critérios definidos pelo Banco Mundial, são consideradas extremamente pobres as famílias que dispõem de menos de US$ 1,90 por dia para viver, valor que correspondia, em 2021, a uma renda per capita mensal de 168 reais .

Por sua vez, as famílias classificadas como pobres são aquelas que têm menos de US$ 5,50 por dia para garantir a sobrevivência de todos que vivem no mesmo domicílio, o que equivalia a uma renda mensal per capita de 486 reais. Fim