Uma investigadora caminha do lado de fora do prédio do Supremo Tribunal Federal em frente às janelas danificadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, Brasil, em 10 de janeiro de 2023. (Xinhua/Lucio Távora)

   Rio de Janeiro,11 jan (Xinhua) -- O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta terça-feira a prisão do ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Anderson Torres, que havia assumido o cargo de Secretário da Segurança Pública do Distrito Federal até 2 de janeiro.

   Apesar de ser o responsável pela Segurança Pública em Brasília, Torres viajou para Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde Bolsonaro se encontra desde 30 de dezembro, na véspera da invasão e depredação do Palácio presidencial do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) protagonizada por apoiadores radicais do ex-presidente.

   Torres foi exonerado ainda no domingo pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que, por sua vez, foi afastado do cargo por 90 dias pelo ministro Moraes.

    A ordem de detenção de Torres atendeu à solicitação feita pelo Advogado Geral da União (AGU), Jorge Messias, para que Torres e outros funcionários públicos que participaram ou facilitaram os ataques aos prédios dos Três Poderes fossem presos com base na acusação de violação do Estado democrático de direito.

   O ministro do STF também decretou a prisão nesta terça-feira do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, que estava chefiando a PM, acusada de ter permitido o ataque aos prédios públicos durante a tarde do domingo.

   Em discurso nesta terça-feira durante a posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, Moraes assegurou que todas as pessoas que financiaram ou estimularam os atos golpistas serão punidos com todo o vigor da Lei.

   "As instituições penalizarão a todos os responsáveis, todos! Os que realizaram os atos, os que financiaram, os que contribuíram, os que estimularam, por ação ou por omissão, porque a democracia prevalecerá", afirmou Moraes que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

   Sobre as cerca de 1.500 pessoas presas em flagrante na noite do domingo e na manhã de segunda-feira, Moraes ressaltou que cometeram pelo menos sete delitos, entre eles os contra o Estado democrático de direito e a soberania nacional e advertiu: "Não pensem que as instituições fraquejarão".

   Por sua vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que o governo já identificou vários dos financiadores dos atos antidemocráticos.

   "As investigações estão seguindo seu curso. Já foram identificados os primeiros financiadores, em especial os que organizaram o transporte (os ônibus que levaram os participantes da invasão à capital federal), os que alugaram os veículos", declarou em entrevista à imprensa.