(Multimídia) Ministras dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial tomam posse no Brasil-Xinhua

(Multimídia) Ministras dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial tomam posse no Brasil

2023-01-12 15:28:30丨portuguese.xinhuanet.com

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (D), reage ao lado do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto, em Brasília, em 11 de janeiro de 2023. (Xinhua/Lucio Távora)

   Rio de Janeiro,11 jan (Xinhua) -- As ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, tomaram posse nesta quarta-feira em cerimônia no Palácio do Planalto que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

   As cerimônias estavam previstas para terça e quarta-feira desta semana, mas os eventos foram adiados devido à invasão da sede da presidência no último domingo por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro, que danificaram gravemente o Planalto, bem como o Congresso Nacional e a Suprema Corte.

   Guajajara é a primeira indígena em ocupar um cargo ministerial na história brasileira, o recém-criado Ministério dos Povos Indígenas e a jornalista educadora e ativista dos direitos das mulheres e dos negros Anielle, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018, ocupará o também recém-criado Ministério da Igualdade Racial.

   A cerimônia, que contou também com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), foi aberta com o Hino Nacional do Brasil cantado na língua do povo indígena Ticuna, o mais numeroso da Amazônia brasileira.

   Em seu discurso, Sônia Guajajara afirmou que é importante que a população brasileira saiba que os indígenas "existem de diferentes maneiras" e "não são o que muitos livros e história costumam retratar".

   "Estamos nas cidades, nas aldeias, nas florestas, exercendo os ofícios mais diversos que podem ser imaginados, vivemos no mesmo tempo e espaço que qualquer um de vocês, somos contemporâneos deste presente e construiremos o Brasil do futuro porque o futuro do planeta é ancestral", ressaltou.

   "Estamos diante de uma crise humanitária. Por isso, a criação do Ministério dos Povos Indígenas sinaliza para o mundo, o compromisso do Estado brasileiro com a emergência e a justiça climática, além de inclusão, reconhecimento e início da reparação histórica", afirmou.

   A ministra é conhecida internacionalmente por ter feito numerosas denúncias perante a ONU, o Parlamento Europeu e as Conferências Mundiais do Clima (COP) sobre violações dos direitos dos indígenas em seu país.

   Por sua vez, Anielle Franco começou seu discurso agradecendo e prestando homenagem a sua irmã, uma ativista social reconhecida por sua luta pelos direitos da população afrodescendente.

   "O fascismo, como o racismo, é um mal que precisa ser combatido em nossa sociedade. Desde 14 de março de 2018, dia em que Marielle foi arrebatada da minha família e da sociedade brasileira, tenho dedicado cada minuto da minha vida a lutar por justiça, defender a memória, multiplicar o legado e regar as sementes de minha irmã", afirmou.

   A ministra se comprometeu a continuar com esse legado e ressaltou que "enquanto houver racismo, não haverá democracia".

   "Não podemos seguir ignorando ou subestimando o fato de que a raça e a etnia são determinantes da desigualdade de oportunidades no Brasil em todos os âmbitos da vida. Os negros estamos sub-representados nos espaços de poder e, por outro lado, somos os que más estamos nos espaços de estigmatização e vulnerabilidade", recordou.

   "Basta de genocídio da população negra e jovem deste país", enfatizou.

   Durante a cerimônia, o presidente Lula sancionou uma lei, apresentada no Congresso em 2015, que converte em crime a injúria racial cometida em locais públicos ou privados.

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