Shanghai, 13 jun (Xinhua) -- SAIC Motor, uma das principais montadoras chinesas, disse nesta quinta-feira que está "profundamente decepcionada" com o plano da Comissão Europeia de impor tarifas provisórias sobre veículos elétricos fabricados na China, instando a agência a considerar cuidadosamente sua decisão.
Os impostos provisórios pré-divulgados variam entre 17,4% e 38,1%, além do imposto padrão de 10% sobre veículos já em vigor, e devem entrar em vigor a partir de 4 de julho, anunciou a Comissão Europeia nesta quarta-feira. A SAIC Motor estaria sujeita à tarifa mais alta.
"Estamos profundamente decepcionados com a decisão da Comissão Europeia. As medidas relevantes não só violam os princípios da economia de mercado e as regras do comércio internacional, mas podem até ter um impacto negativo maior na estabilidade da cadeia global da indústria automotiva e na cooperação econômica e comercial China-União Europeia (UE)", disse a montadora no comunicado.
O livre comércio e a concorrência justa são fundamentais para promover a prosperidade econômica e o desenvolvimento sustentável globais, afirmou.
A montadora pediu à Comissão Europeia que considere cuidadosamente sua decisão e mantenha diálogos construtivos com parceiros globais da indústria automotiva, incluindo a China, para encontrar soluções para uma concorrência justa e desenvolvimento sustentável.
A SAIC Motor disse esperar que a UE ouça atentamente as vozes das empresas automobilísticas chinesas e alemãs, evite resolutamente erguer barreiras comerciais de forma artificial para veículos de nova energia e proteja efetivamente o ambiente de mercado para uma concorrência justa.
Somente através do diálogo aberto e da cooperação as partes podem superar os desafios e alcançar resultados vantajosos para todos, afirmou.
A montadora disse que os veículos importados são populares na Europa e dependem da inovação tecnológica em vez de subsídios governamentais.
Na última década, a SAIC investiu quase 150 bilhões de yuans (US$ 21,1 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento em áreas de tecnologias essenciais, como veículos de nova energia e veículos conectados inteligentes, e tem mais de 26 mil patentes válidas.
A montadora com sede em Shanghai, que tem joint ventures com a Volkswagen e a General Motors, disse que planeja estabelecer fábricas verdes na Europa e levar para lá as tecnologias chinesas de veículos de nova energia.
"Com medidas positivas, esperamos promover a cooperação China-Europa no domínio de veículos de nova energia e promover conjuntamente a transição global para uma economia de baixo carbono", afirmou.