Participantes em manifestação exigem cessar-fogo imediato em Gaza e acordo para a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas em Tel Aviv, Israel, no dia 25 de julho de 2024. (Foto por Jamal Awad/Xinhua)
A Declaração de Beijing é um passo importante para alcançar a unidade palestina e acabar com as divisões internas que afetaram negativamente a causa palestina por décadas.
Ramala, 26 jul (Xinhua) -- A assinatura de uma declaração em Beijing por 14 facções palestinas, com o objetivo de acabar com a divisão e fortalecer a unidade, é amplamente vista como um passo positivo em direção à reconciliação nacional palestina, trazendo nova esperança ao sofrido povo palestino.
"UM PASSO POSITIVO"
O consenso mais importante alcançado no diálogo é chegar a uma grande reconciliação e unidade entre as 14 facções, e o resultado principal é esclarecer que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é a única representante legítima do povo palestino.
O diálogo também destaca o acordo para formar um governo interino de reconciliação nacional focado na governança pós-guerra de Gaza. Enquanto isso, ele pede a criação de um estado palestino verdadeiramente independente de acordo com as resoluções relevantes das Nações Unidas.
A assinatura de uma declaração sobre o fim da divisão e o fortalecimento da unidade por 14 facções palestinas em Beijing é "mais um passo positivo" para alcançar a unidade nacional palestina, disse o Hamas na terça-feira.
Esse anúncio veio em um momento importante, pois os palestinos estão enfrentando um conflito em andamento, especialmente na Faixa de Gaza, disse Hossam Badran, membro do bureau político do Hamas, acrescentando que a solução representa "a solução nacional ideal e mais adequada" para a situação palestina após o conflito.
A Declaração de Beijing é um passo importante para alcançar a unidade palestina e acabar com as divisões internas que afetaram negativamente a causa palestina por décadas, disse à Xinhua, Abdulaziz Alshaabani, pesquisador do Centro de Estudos Políticos e Estratégicos Al Riyadh.
ESFORÇOS DA CHINA
Em uma declaração na terça-feira, a presidência palestina disse que apreciava o apoio da China para ajudar o Estado da Palestina a obter sua filiação plena às Nações Unidas e fazer uma conferência internacional de paz para implementar a solução de dois estados.
Também expressou a gratidão do presidente palestino Mahmoud Abbas e da liderança palestina pelos esforços extensivos da China em apoiar o povo palestino em todos os níveis e em vários fóruns internacionais.
A China teve um papel essencial na facilitação desse acordo por meio da mediação e pelo apoio político e diplomático, disse Alshaabani, ressaltando o compromisso da China em promover a estabilidade no Oriente Médio e sua contribuição ativa para resolver conflitos internacionais.
Ding Long, professor da Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai, disse à Xinhua que, graças aos esforços contínuos do lado chinês, as facções palestinas vieram à China para participar das negociações.
A China tem apoiado consistentemente a causa justa do povo palestino e, como um país responsável, ela intermediou um acordo Irã-Arábia Saudita e ganhou a confiança das facções palestinas, disse Ding.
O sucesso das negociações em Beijing mostra a crescente maturidade da diplomacia de mediação da China no Oriente Médio, disse Ding.
RUMO À PAZ
A Declaração de Beijing abordou questões urgentes, como o estabelecimento de um governo interino de reconciliação nacional, com foco na reconstrução em Gaza. Também destacou objetivos de longo prazo, incluindo a resolução da questão palestina por meio de uma solução de dois estados.
Musa Abu Marzouk, chefe da delegação do Fatah Mahmoud al-Aloul e chefe da delegação do Hamas, expressaram sua prontidão para implementar o consenso, fortalecer a unidade entre as facções, avançar no processo de reconciliação e buscar uma solução rápida para a questão da Palestina.
As negociações em Beijing envolveram 14 facções palestinas com suas posições equilibradas, constituindo uma base para acabar com a divisão, disse Abdel Mohdy Motawe, pesquisador do Cairo e diretor-executivo do Fórum do Oriente Médio para Estudos Estratégicos e Segurança Nacional.
As perspectivas de reconciliação interna palestina após a Declaração de Beijing dependem do compromisso sincero das facções palestinas, apoio internacional sustentado e melhorias tangíveis nas condições econômicas e de segurança, disse Alshaabani
"Se esses fatores forem alcançados, a reconciliação poderá gerar condições políticas, econômicas e sociais nos territórios palestinos, aumentando as chances de alcançar uma paz sustentável na região", disse Alshaabani.