Foto tirada em 22 de julho de 2024 mostra incêndios florestais em Shetland Creek, cerca de 100 km a oeste de Kamloops, na Colúmbia Britânica, Canadá. (Serviço de Incêndios Florestais da Colúmbia Britânica/Divulgação via Xinhua)

O WWF enfatizou que as temperaturas recordes não são incidentes isolados, mas estão ligadas à mudança climática e a ondas de calor mais frequentes e intensas, incêndios florestais e outros eventos climáticos extremos, ameaçando a biodiversidade, os ecossistemas e as comunidades humanas em todo o mundo.

Por Martina Fuchs

Genebra, 1º ago (Xinhua) -- Enquanto o mundo testemunha temperaturas recordes e catástrofes climáticas crescentes, a 29ª sessão da Conferência das Partes (COP29) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima no Azerbaijão está pronta para ser um evento fundamental na luta global contra a mudança climática, disse o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em inglês).

A COP29, a ser realizada em Baku, Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro, deverá ser um divisor de águas para reverter a perda da natureza, disse o WWF.

O WWF lançou uma nova campanha enfatizando que o mundo está enfrentando um marco inquietante: o dia mais quente já registrado.

"O objetivo é aumentar a conscientização e envolver as pessoas nessa grande luta contra a mudança climática, que é uma ameaça existencial", disse Fernanda de Carvalho, diretora de política energética da organização de conservação, em uma recente entrevista virtual à Xinhua.

"Só enfrentaremos as mudanças climáticas se trabalharmos juntos para mudar esse jogo", disse ela.

Ônibus elétrico da BYD (frente) circula em uma rua na Cidade do Cabo, África do Sul, em 28 de fevereiro de 2024. (Foto por Xabiso Mkhabela/Xinhua)

Sobre o papel da China, de Carvalho disse: "Acreditamos que a China tem desempenhado um papel fundamental na cooperação Sul-Sul. Aumentar a cooperação Sul-Sul na questão climática é muito importante".

Com relação às suas expectativas, de Carvalho disse: "A COP no Azerbaijão é uma COP importante porque agora temos um roteiro claro para a próxima rodada de planos nacionais que devem ser lançados no próximo ano. Essas são as contribuições determinadas nacionalmente".

De acordo com o Serviços Copernicus do Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (ECMWF, em inglês), 2023 marcou o ano mais quente já registrado, com inúmeros recordes nacionais de temperatura e condições meteorológicas extremas quebrados.

"Há uma projeção de que 2024 será o ano mais quente já registrado", disse Carvalho. "O próximo ano poderá ser igual se não agirmos. Estamos convocando todos, todas as partes interessadas, a agir neste momento."

De acordo com dados preliminares do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, 21 de julho foi o dia mais quente da Terra desde pelo menos 1940, com 17,09 graus Celsius (62,76 graus Fahrenheit).

Esse incidente alarmante ressalta a necessidade urgente de uma ação decisiva contra a mudança climática, disse o WWF.

O WWF enfatizou que as temperaturas recordes não são incidentes isolados, mas estão ligadas à mudança climática e a ondas de calor mais frequentes e intensas, incêndios florestais e outros eventos climáticos extremos, ameaçando a biodiversidade, os ecossistemas e as comunidades humanas em todo o mundo.

Homem entra em uma fonte para se refrescar em Madri, Espanha, em 17 de julho de 2023. (Xinhua/Meng Dingbo)

Com sede em Gland, na Suíça, o WWF é uma organização independente de conservação, com mais de 30 milhões de apoiadores e uma rede global ativa em mais de 100 países e regiões.

A organização pede que governos, empresas e indivíduos tomem medidas imediatas e decisivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Isso inclui acelerar a transição para a energia renovável, proteger e restaurar florestas e adotar práticas sustentáveis em todos os setores.

"Sabemos que isso não acontecerá em um dia, sabemos que é um processo. Mas os países devem iniciar esse processo agora, definindo cronogramas e destinando os recursos financeiros para isso", disse Carvalho.

"Precisamos de uma transformação sistêmica - abrangendo todos os setores e sistemas - nesta década crítica", disse ela.