Desmatamento na Amazônia aumenta 55% em abril-Xinhua

Desmatamento na Amazônia aumenta 55% em abril

2025-05-09 13:18:45丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 8 mai (Xinhua) -- O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nesta na quinta-feira um aumento significativo de 55% nos alertas de desmatamento na Amazônia durante o mês de abril, em comparação ao mesmo mês de 2024, de acordo com dados coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

Embora os dados acumulados entre agosto de 2024 e abril de 2025 mostrem uma redução de 5% no desmatamento na região amazônica, o aumento em abril acendeu o alarme para o governo federal.

"Estamos identificando uma possível reversão na tendência de redução do desmatamento. Estamos preocupados com o mês de abril devido ao aumento significativo em relação aos meses anteriores", disse João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA).

Capobianco acrescentou que a Comissão Interministerial de Controle e Combate ao Desmatamento foi convocada para analisar os dados e, em até duas semanas, ajustar as medidas, com foco nas áreas mais afetadas. "A meta é chegar a 31 de julho com uma redução no desmatamento em relação ao ano anterior", disse ele.

Segundo o INPE, os estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará concentram a maior parte dos novos alertas. Embora o desmatamento já tivesse apresentado desaceleração entre janeiro e abril deste ano, com queda de apenas 1%, a comparação entre 2024 e 2022 revela uma redução de 45,7%.

André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento do Território Ambiental do Ministério da Agricultura, afirmou que o governo não vai esperar saber a taxa anual para tomar decisões. "Temos uma ferramenta que nos permite detectar tendências. Identificamos um pequeno pico em abril, que pode ser temporário ou um sinal de reversão. Portanto, agiremos imediatamente", explicou.

No Cerrado, segundo maior bioma do país, os alertas de desmatamento também aumentaram em abril: 26% a mais que no mesmo mês do ano passado. Entretanto, desde agosto, o desmatamento caiu 25%. Em 2023, o Cerrado registrou um declínio anual de 25,7%, a primeira queda em cinco anos.

No Pantanal, dados do Deter mostraram uma queda de 77% nos alertas de desmatamento em abril, e nenhum foco de incêndio foi registrado.

O sistema Deter, operado pelo Inpe em conjunto com o MMA, monitora rapidamente sinais de mudanças na cobertura vegetal, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Embora não meça com precisão a área desmatada, sua função é gerar alertas para ações imediatas de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e demais órgãos ambientais.

Os números oficiais sobre o desmatamento na Amazônia são calculados anualmente pelo Projeto Prodes do Inpe, que abrange o período de seca entre agosto de um ano e julho do ano seguinte. 

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