Buenos Aires, 7 mai (Xinhua) -- A Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pelo presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, é o segredo para construir um futuro próspero compartilhado entre a China e a América Latina, afirmou a economista argentina Maria Cecilia Peralta.
A China e a América Latina mantiveram um desenvolvimento muito bom de seus laços por muitos anos, "como refletido pelo contínuo crescimento dos fluxos de comércio, investimento e estratégias de relacionamento entre as duas regiões", disse Peralta em recente entrevista à Xinhua.
Como parte da iniciativa intercontinental, que visa impulsionar o comércio e investimentos entre países ao longo das antigas rotas de comércio da Ásia, Europa e África, "a China está interessada em investir, tanto em sua própria economia quanto em outras", disse ela.
As estatísticas mostraram que os bancos chineses participaram de mais de 2.600 projetos relacionados e emitiram empréstimos no valor de mais de 200 bilhões de dólares, desde que a iniciativa foi proposta pela primeira vez.
A iniciativa prevê investimentos em uma ampla gama de áreas, desde energia limpa até manufatura, tecnologia da informação e comunicações, projetos hidráulicos, além de desenvolvimento urbano e habitação, entre outros, afirmou Peralta.
A China "está liderando grandes projetos para mudar a matriz energética do país, investindo em energia solar e eólica. O investimento nessa área não está apenas sendo feito internamente, mas também a nível global", disse Peralta.
Peralta disse que o investimento em estradas, portos e outras infraestruturas, projetadas para "aumentar a conectividade" entre os países ao longo das rotas, faz parte de uma "estratégia maior para facilitar o comércio entre a China e a América Latina".
Dados oficiais mostraram que o comércio bilateral entre a China e a América Latina chegou a quase 260 bilhões de dólares em 2017, um aumento de 18,8% ano a ano.
A China fez grandes progressos nos últimos anos, disse Peralta, acrescentando que a "incorporação de populações com melhores condições de vida na China criou uma demanda maior e mais diversificada no setor de alimentos, gerando oportunidades para a América Latina".
Ela também disse que as oportunidades são abundantes em uma miríade de setores produtivos, e a Argentina, por exemplo, "vem realizando projetos de cooperação em grande escala com a China há anos, e mais projetos estão planejados para o futuro".
"A maioria desses projetos é de infraestrutura, como a construção de barragens no sul do país, de uma estação espacial na Patagônia e o túnel Água Negra, que liga a Argentina ao Chile, iniciativa muito benéfica para o comércio da região ", disse Peralta.