Recordista do Brasil com oito participações olímpicas persegue sonho em Beijing 2022

(Xinhua/Hu Huhu)

Beijing, 15 fev (Xinhua) -- Poucos atletas conseguiram competir tanto nas Olimpíadas de Verão de Beijing 2008 como nas Olimpíadas de Inverno de Beijing 2022, a brasileira Jaqueline Mourão, de 46 anos, realizou tal êxito.

"Ao contrário de 2008, a temperatura está muito mais baixa desta vez, são os Jogos Olímpicos de Inverno!", brincou a atleta, também recordista do Brasil com oito participações olímpicas, incluindo cinco de inverno e três de verão.

Jaqueline ficou em 82º lugar no 10km Clássico Feminino de esqui cross-country em 10 de fevereiro. Ela também participou do sprint livre feminino ficando em 84º.

Na cerimônia de abertura de Beijing 2022, realizada em 4 de fevereiro, a atleta foi a porta-bandeira da delegação brasileira junto com seus compatriotas. Também serviu como porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver em 2010 e na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi em 2014.

"Deixei uma marca na história olímpica e criei história para meu país, e isso é ótimo!", disse.

Em Atenas 2004, Jaqueline iniciou sua jornada olímpica com participação em mountain bike pela primeira vez. Quatro anos depois em Beijing, ela participou mais uma vez da mesma competição e conquistou o 19º lugar.

Naquele verão, Jaqueline andou de bicicleta e passeou pelas ruas e hutongs de Beijing, foi na Grande Muralha e experimentou de perto a cultura oriental. "Eu adoro conversar com os locais, são todos muito simpáticos", lembrou ela em Zhangjiakou, local de competição de Beijing 2022. "Para mim, é uma memória maravilhosa".

Recordando sua viagem olímpica à capital chinesa há 14 anos, Jaqueline disse era bem tímida naquela época. "Na última vez eu ficava tão nervosa antes de uma competição e não tinha a coragem de ser entrevistada", lembrou. "Depois de passar por muitas coisas e me tornar mãe, agora posso me concentrar em mim com mais calma".

"Como da última vez, a China fez um ótimo trabalho de preparação para os Jogos Olímpicos. A área de competição aqui é muito linda, a organização é ótima e as instalações da Vila Olímpica também são muito boas. Fico muito feliz em participar de novo das Olimpíadas na China".

Persistente nos treinos de alta intensidade nos últimos anos, as lesões inevitavelmente se tornaram o maior inimigo da veterana brasileira. Jaqueline estava tratando uma lesão no ombro durante as Olimpíadas de Tóquio e decidiu encerrar sua carreira em mountain bike depois da viagem para Tóquio, visando se concentrar no esqui cross-country.

Felizmente, Jaqueline está cada vez melhor. A atleta se avalia como "mais forte do que antes". "Tenho 46 anos, mas conquistei os melhores resultados de minha carreira", disse a atleta. "A minha vida sempre foi provar o contrário".

A brasileira também tem como alvo os Jogos Olímpicos de Inverno de Milão-Cortina 2026. "Não sei por que, mas o fogo em meu coração ainda está queimando e ainda estou muito ansiosa para participar das Olimpíadas. Eu adoro esportes, é parte da minha vida", disse.

Jaqueline gosta de compartilhar sua lendária experiência para inspirar as pessoas a perseguirem seus sonhos e mudarem os estereótipos de idade e gênero inerentes na sociedade.

"Muitas mulheres em todo o mundo escreveram cartas para mim, elogiando minha coragem. Fico muito feliz em saber que as pessoas se inspiram na minha história", disse Jaqueline. "Os sonhos não têm nada a ver com a idade. É só a gente ter determinação que os nossos sonhos acontecem", finalizou.