Lhasa, 9 out (Xinhua) -- Localizada no Planalto Qinghai-Tibet, conhecido como o "teto do mundo", a Região Autônoma do Tibet, no sudoeste da China, passou por uma década de transformações extraordinárias com o apoio do governo central e de todo o país.

Após anos de esforços, os residentes rurais no Tibet alcançaram resultados frutíferos e viram uma melhor vida, com sua renda per capita disponível mantendo um crescimento de dois dígitos por 19 anos consecutivos.

Em 2021, a renda disponível per capita dos residentes rurais no Tibet atingiu 16.935 yuans (US$ 2.385), 2,97 vezes a renda registrada em 2012, informou Du Jie, diretor do departamento regional da agricultura e assuntos rurais. O crescimento da renda tem sido o mais alto em todo o país por sete anos consecutivos.

"O ambiente de vida e a qualidade de vida dos agricultores e pastores melhoraram significativamente nos últimos 10 anos", observou Du.

NOVAS ESTRADAS

Com pesados gastos na construção de ferrovias e instalações rodoviárias, o Tibet tem fomentado o rápido desenvolvimento e melhorias constantes na vida dos moradores locais.

Desde 2012, mais de 337 bilhões de yuans foram gastos como investimento de ativos fixos no setor de transportes da região, de acordo com o departamento local de transportes.

Na última década, três linhas ferroviárias formaram uma forma "Y" na região do planalto, com a mais recente linha Lhasa-Nyingchi, a primeira eletrificada da região, iniciando a operação em 25 de junho de 2021. A estação ferroviária de Lhasa, onde as três linhas se encontram, viu o fluxo de passageiros subir de 2,24 milhões em 2007 para mais de 4 milhões em 2021.

Na vila de Cosibsumgyi, sub-região de Ngari, os moradores da aldeia de Baka desfrutaram de dividendos de desenvolvimento na infraestrutura local.

"Na década de 1990, os moradores locais começaram a plantar salgueiros ao longo do vale do rio. Considerando o clima em Ngari, as plantações geralmente são realizadas em abril e maio, quando Cosibsumgyi é frequentemente coberta de neve", disse Oizhu Doje, que vem da aldeia Baka.

Oizhu Doje se lembrou de uma vez quando a montanha ficou completamente bloqueada por um mês devido à nevasca, impedindo o transporte de plantas de viveiro para o exterior.

No final de 2020, uma estrada de asfalto já estava em operação na vila. "A estrada, juntamente com uma série de políticas favoráveis, garantiu uma remessa tranquila de plantas de viveiro", disse Oizhu Doje.

A extensão total das estradas no Tibet aumentou cerca de 55 mil km, para 120 mil km nos últimos 10 anos, incluindo mais de 90 mil km de estradas rurais, segundo dados oficiais.

MELHOR BEM-ESTAR

A melhoria da rede de transportes tem impulsionado ainda mais o turismo na região. O Tibet rural atraiu mais de 12,7 milhões de turistas no ano passado, gerando cerca de 1,6 bilhão de yuans em receita turística e criando 64.500 empregos para agricultores e pastores.

Em Tashi Chodan, uma comunidade no distrito de Nedong, Shannan, conhecida por sua ópera tibetana, cerca de 30 artistas se apresentam regularmente para grupos turísticos.

Dawa Drolma, de 52 anos, uma das artistas, disse que eles têm shows todas as noites durante a alta temporada.

Dawa Drolma e sua família também reformaram sua casa, transformando-a em uma pousada com seis camas. "Durante o tempo mais movimentado, todos os quartos estão cheios", disse ela, acrescentando que a apresentação da ópera e o negócio de pousada trazem à família uma renda extra de mais de 50 mil yuans por ano.

Localizado em um vale remoto no Himalaia, o distrito de Medog é cercado por colinas altas e florestas primitivas. Durante séculos, os carregadores foram os principais meios de transporte para a região.

A situação mudou significativamente após o início da operação da Rodovia Medog, em outubro de 2013, com veículos e máquinas fluindo. As crianças agora podem ir à escola de veículo, e, sempre que necessário, os pacientes podem ser transferidos rapidamente para o hospital da cidade, às vezes de ambulância. Carregadores não são mais necessários.

Graças ao mecanismo nacional de assistência de emparelhamento, até o final de junho, sete grupos, com mais de 1.300 profissionais médicos vindos em todo o país, treinaram mais de 2.400 médicos locais de diferentes níveis para o Tibet. Ao mesmo tempo, os hospitais no Tibet enviaram 1.800 médicos locais para as províncias e municípios parceiros para estudos mais aprofundados.

Até o final de 2021, mais de 400 doenças graves poderiam ser tratadas sem sair do Tibet, e mais de 2.400 doenças moderadas poderiam ser tratadas sem que os pacientes saíssem de suas cidades. Além disso, a expectativa média de vida no Tibet passou de 68,2 anos em 2015 para 72,19 anos.

VITALIZAÇÃO RURAL

Melhores instalações de transporte, redes de telecomunicações e cobertura de serviços de correio contribuíram para o desenvolvimento do e-commerce na região, com lojas online e consumo crescendo rapidamente. Produtos típicos locais são vendidas para outras partes da China através de plataformas de comércio eletrônico.

Em uma oficina no distrito de Chagyab, mais de 30 artesãos produzem artigos de ouro e prataria, e suas criações, como pagodes e vasos, são colocadas ao lado deles.

A aldeia de Maidoi, em Chagyab, tem uma longa história de processamento manual de artesanatos de ouro e prata, e o artesanato foi incluído na lista de patrimônios culturais imateriais da região.

Tengpa Doje, herdeiro da expertise, disse que os moradores anteriormente processavam ouro e prata em casa com baixa eficiência e baixa qualidade do produto.

"Graças à oficina, agora podemos sentar juntos e discutir os desafios que estamos enfrentando, e unir sabedoria para atrair jovens artesãos e consumidores com nossos produtos", disse ele.

A oficina faz parte do parque industrial de artesanato étnico do distrito, que foi criado em outubro de 2018 com um investimento total de cerca de 27,2 milhões de yuans. O parque, com artesanato cultural tibetano, como pintura de thangka e processamento de artigos de ouro e prata, ajudou a aumentar a renda dos moradores locais.

Sherab Doje, um morador local, entrou na oficina há três anos. "Aprendi a fazer acessórios étnicos, ganhando cerca de 4 mil yuans por mês", disse. Fim