Rio de Janeiro, 25 nov (Xinhua) -- O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende dar "prioridade total" a uma reforma tributária, afirmou nesta sexta-feira o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em uma reunião com banqueiros na qual foi representando Lula.

"A determinação clara de Lula é que possamos dar logo no início do próximo governo uma prioridade total à reforma tributária, que foi tentada por ele ao longo de seus dois mandatos anteriores, mas que não obteve êxito na tramitação no Congresso", afirmou Haddad, que, segundo a imprensa, está cotado para ser o ministro da Fazenda do novo governo.

Segundo ele, após a aprovação de uma primeira etapa da reforma tributária, relacionada a alguns tributos, Lula pretende na sequência "encaminhar uma proposta de reformulação dos impostos sobre renda e patrimônio para completar o ciclo de reforma dos tributos no Brasil".

Haddad participou do almoço anual de dirigentes de bancos, organizado pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), que reuniu em São Paulo os CEOs das principais instituições financeiras do país, representantes dos comitês executivos dos bancos e autoridades, entre elas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em seu discurso, Haddad enfatizou que falava em nome de Lula, impedido de participar por estar se recuperando de uma operação na garganta e anunciou que o novo governo que assumirá o poder em 1º de janeiro, revisará os gastos orçamentários e a forma de execução do gasto público.

Em entrevista à imprensa após o evento, Haddad negou que tenha sido convidado para ser ministro. "Quanto mais liberdade nós todos dermos ao presidente para ele compor sua equipe, melhor. Não cabe a nenhum de nós, colaboradores, nos insinuarmos, nos colocarmos, a gente se coloca à disposição do país. Quem compõe o ministério é o presidente Lula", afirmou.