Rio de Janeiro, 4 ago (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na quarta-feira que os países do grupo BRICS podem desempenhar um "papel excepcional" no mundo, ajudar a reduzir as desigualdades e a outros países em desenvolvimento com financiamento adequado, sem impor a eles condições difíceis.
Em um café da manhã com correspondentes internacionais no Palácio da Alvorada, em Brasília, Lula disse que tem muita expectativa com relação à 15ª Cúpula dos BRICS, que se realizará na África do Sul no final deste mês.
"Estou com muita expectativa para a reunião dos BRICS na África do Sul, primeiro porque há muito tempo que não participo, será a primeira vez depois de tantos anos", destacou Lula, que esteve presente nas primeiras reuniões do grupo em seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010.
O presidente brasileiro comentou que é possível que a Rússia participe da 15ª Cúpula por videoconferência e destacou que, como a África do Sul é a anfitriã, haverá muitos países convidados.
Segundo ele, é "extremadamente importante" que países como Arábia Saudita, Argentina, e outras grandes nações em desenvolvimento se somem ao BRICS. De acordo com o governo sul-africano, cerca de 40 países já manifestaram interesse em aderir ao grupo.
"Nesta reunião, é possível que possamos decidir por consenso quais países poderão se unir aos BRICS. Considero extremamente importante permitir que outros países que cumpram com os requisitos dos BRICS se unam ao grupo", afirmou.
"Dentro de uma perspectiva mundial, creio que os BRICS podem desempenhar um papel excepcional", acrescentou.
Durante o encontro com a imprensa estrangeira, Lula reiterou que defende a ideia de que haja uma moeda própria para comercializar entre os países parceiros.
Lula destacou ainda que o Banco dos BRICS (Novo Banco de Desenvolvimento) deve ser "mais eficaz e generoso" do que o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"O banco existe para ajudar a salvar países, não para afundá-los", enfatizou.
Para o presidente brasileiro, os BRICS devem servir para ajudar "o desenvolvimento de outras nações com financiamento adequado e sem impor condições difíceis".