Foto aérea tirada no dia 6 de setembro de 2019 mostra navio cargueiro da COSCO Shipping Lines no porto de Pireu, na Grécia. (Foto por Lefteris Partsalis/Xinhua)
"A realidade é que as economias do Ocidente e da China e as cadeias de suprimentos globais são tão vinculadas que seria fatal qualquer economia ficar por conta própria. Esses planos falharão totalmente porque são impossíveis de implementar", enfatizou ele.
Estocolmo, 16 ago (Xinhua) -- Os projetos propostos pela China sob sua Iniciativa do Cinturão e Rota trouxeram benefícios tangíveis para os países e populações da Europa e ajudaram a desmascarar os rumores de "desacoplamento e de-risking", disse um especialista sueco à Xinhua em entrevista recente.
Do porto de Pireu, na Grécia, à rodovia Bar-Boljare, em Montenegro, da ponte Peljesac, na Croácia, à linha férrea húngara-sérvia, a Iniciativa do Cinturão e Rota, que comemora seu 10º aniversário este ano, oferece muitos exemplos de repartição de benefícios em um ambiente amigável, disse Hussein Askary, vice-presidente do Instituto Cinturão e Rota na Suécia (BRIX).
"Estes projetos contribuem muito para a conectividade na Europa, com alta qualidade, baixo custo e tempo de construção reduzido", afirmou ele, acrescentando que as empresas chinesas são "superiores em qualidade" e que os exemplos de sucesso e participação chinesa de qualidade na construção de infraestrutura europeia são amplas.
Além disso, os projetos de transporte público limpo contribuem muito para a redução do uso de veículos particulares e, consequentemente, para os esforços de descongestionamento e combate à poluição, acrescentou ele.
Comentando sobre o esforço de "desacoplamento" e "de-risking" do Ocidente, Askary disse que isso foi "inventado por políticos que não estão de fato em contato com as realidades econômicas dos seus países e comunidades" e que "o objetivo desses esquemas é reduzir as conquistas da China e da Iniciativa do Cinturão e Rota".
"A realidade é que as economias do Ocidente e da China e as cadeias de suprimentos globais são tão vinculadas que seria fatal qualquer economia ficar por conta própria. Esses planos falharão totalmente porque são impossíveis de implementar", enfatizou ele.
Foto aérea tirada no dia 1º de fevereiro de 2020 mostra canteiro de obras da Ponte Peljesac perto de Komarna, Croácia. (Xinhua/Gao Lei)
Askary também refutou algumas alegações da "armadilha da dívida" da mídia ocidental sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota, dizendo que "há três rumores na narrativa da 'armadilha da dívida' quando melhor examinada".
Em primeiro lugar, em termos da causa da dívida, os países endividados hoje muitas vezes estavam em uma armadilha de dívida antes que a Iniciativa do Cinturão e Rota entrasse em cena. As razões são as crises econômicas e financeiras causadas por desastres naturais, terrorismo, guerras, inclusive civis, e pandemias. Depois vem a má gestão das finanças desses países, muitas vezes em cooperação com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, com condicionalidades, como austeridade, redução do investimento público e privatização de bens e serviços estatais.
Em segundo lugar, em termos de propriedade da dívida, a pesquisa da BRIX mostrou que 80% da dívida externa do Sri Lanka, 70% da do Paquistão e 77% da Zâmbia são de propriedade de instituições públicas e privadas ocidentais, enquanto a participação da China em 2022 foi de 10%, 15%, e 17%, respectivamente, para os três países. Além disso, tanto o Sri Lanka quanto a Zâmbia não cumpriram os pagamentos de "títulos soberanos" de propriedade de empresas privadas ocidentais, e não os empréstimos chineses.
Em terceiro lugar, em termos da natureza da dívida, enquanto os empréstimos ocidentais costumam ser de curto prazo com altas taxas de juros e levam a ciclos insustentáveis de endividamento, os empréstimos da China aos países em desenvolvimento são créditos de longo prazo e juros baixos, contribuindo para melhorar a infraestrutura, o que, por sua vez, leva ao aumento da produtividade e do crescimento econômico resultando em maior riqueza e renda para esses países, permitindo que eles paguem suas dívidas com tranquilidade.
Foto tirada no dia 30 de outubro de 2020 mostra Usina Fotovoltaica Kaposvar 100MW em construção em Kaposvar, Hungria. (Foto por Attila Volgyi/Xinhua)
"Portanto, há uma diferença 'qualitativa' entre os empréstimos chineses e ocidentais. Os empréstimos chineses devem ser considerados um 'alívio da dívida' e não uma 'armadilha da dívida'", enfatizou ele.