Foto tirada em 21 de agosto de 2023 mostra uma vista próxima ao local da 15ª Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul. (Xinhua/Zhang Yudong)
Beijing, 24 ago (Xinhua) -- Uma causa justa encontra grande apoio, e uma jornada com muitos companheiros vai longe.
Esse ditado, originário da filosofia chinesa, foi mais uma vez comprovado na quinta-feira pelo anúncio de que seis países --Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos-- foram convidados a se tornarem novos membros do BRICS. Essa expansão representa um marco histórico no fortalecimento tanto do ímpeto da cooperação do BRICS quanto da solidariedade do Sul Global.
Os seis novos membros não são os únicos a aspirar à adesão à cooperação do BRICS, pois dezenas de países do Sul Global estão ansiosos para aderir ao bloco. Notavelmente, o foco do grupo no desenvolvimento poderia explicar parcialmente a popularidade do BRICS.
Nos últimos 17 anos desde sua criação, o BRICS tem se esforçado há muito tempo pelo desenvolvimento global e trabalhado em conjunto para promover a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) e melhorar o bem-estar de seus países membros e de seus povos.
Hoje, resultados frutíferos foram alcançados não apenas em áreas como comércio e investimento, energia e recursos, bem como negócios e finanças, mas também em uma ampla gama de campos, como cadeias de suprimentos, cadeias logísticas, agricultura e segurança alimentar, liquidação de moedas e pagamentos transfronteiriços, bem como pesquisa de vacinas e saúde pública.
O charme do BRICS para o Sul Global está em sua capacidade de alcançar o desenvolvimento por meio da cooperação. Como disse Mokhtar Ghobashy, vice-presidente do Centro Árabe de Estudos Políticos e Estratégicos, com sede no Cairo, um número crescente de países deseja se juntar ao BRICS porque a adesão ao bloco ajudará a promover seus respectivos crescimentos econômicos.
Além disso, a vitalidade do BRICS reflete a busca do Sul Global por equidade e justiça.
No mundo de hoje, o hegemonismo e a política de poder continuam a ameaçar a paz e a estabilidade internacionais, e o Sul Global está agora encarregado da importante missão de resistir à interferência externa e salvaguardar a segurança política.
Os países do BRICS sempre defenderam o que é certo nas principais questões internacionais e regionais, e aumentaram a voz e a influência dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. Eles também têm invariavelmente defendido e praticado políticas externas independentes e sempre abordam as principais questões internacionais com base em seus méritos, fazendo observações justas e tomando medidas corretas. Os membros do grupo não trocam princípios, não sucumbem a pressões externas nem agem como vassalos de outros.
A prática firme dos países do BRICS de salvaguardar seus próprios direitos legais, bem como a equidade e a justiça internacionais, encoraja e inspira mais países do Sul Global a seguir seus passos.
"Muitos países do Sul Global têm buscado se unir para trabalhar em prol de uma ordem mundial mais justa e inclusiva. O BRICS inspira muitos países a se unirem novamente para avançar nessa visão", disse Kenneth Creamer, professor sênior da Universidade de Witwatersrand.
Uma representação mais forte e uma voz mais intensificada dos países do Sul Global na governança global são uma tendência inevitável, pois a ascensão coletiva dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento (EMDCs, sigla em inglês), representados pelo BRICS, está mudando fundamentalmente o cenário global. Os EMDCs contribuíram com até 80% do crescimento global nos últimos 20 anos, e sua participação no produto interno bruto (PIB) global aumentou de 24% há 40 anos para mais de 40%.
A expansão do BRICS, um novo ponto de partida para a cooperação do BRICS, reflete a resolução dos países do BRICS de se unirem e cooperarem com outros países em desenvolvimento, atende às expectativas da comunidade internacional e serve aos interesses comuns dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. Esse movimento positivo ajudará o Sul Global a ganhar maior influência e levará a governança global a uma direção mais justa e equitativa, além de fazer maiores contribuições para a paz e o desenvolvimento mundiais.