Rio de Janeiro, 25 ago (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, saudou nesta quinta-feira o ingresso de novos países no BRICS, o grupo de países emergentes que era formado até agora por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em seu perfil nas redes sociais, Lula afirmou que "a relevância do BRICS se confirma pelo crescente interesse mostrado por outros países em aderir ao bloco. Como indicou o presidente Ramaphosa, o Brasil tem a satisfação de dar as boas-vindas aos BRICS a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã".
"Muitos afirmavam que os BRICS seriam demasiado diferentes para forjar uma visão comum. Não obstante, a experiência demonstra o contrário. Nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem que dê cabida à pluralidade econômica, geográfica e política do século XXI", destacou Lula, que está na África do Sul, participando da reunião de cúpula do bloco.
O presidente brasileiro se referiu especialmente a seu colega argentino Alberto Fernández, "um grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento" e destacou: "Seguiremos avançando lado a lado com nossos irmãos argentinos em mais um fórum internacional".
A adesão dos novos membros foi formalizada na Declaração de Johannesburgo, um documento acordado entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os atuais integrantes do bloco.
"A nova composição entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024", anunciou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. "Valorizamos o interesse de outros países em construir uma parceria com o BRICS", acrescentou.
"Os BRICS continuarão abertos a novos candidatos", disse Lula em um comunicado conjunto com Ramaphosa e os demais líderes. Foram anunciados também os critérios para a futura entrada de novos países.
Além disso, ficou acordado que os Bancos Centrais e os ministros da Fazenda e Economia de cada país se encarregarão de realizar estudos em busca da adoção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional. "Esta medida poderia aumentar nossas opções de pagamento e reduzir nossas vulnerabilidades", comentou o presidente brasileiro.
O grupo também continuará buscando uma reforma da governança global.
"Continuaremos defendendo questões que têm um impacto direto na qualidade de vida de nossas populações, como a luta contra a fome, a pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável. Promoveremos a superação de todas as formas de desigualdade e discriminação. Que os BRICS continuem sendo uma força impulsionadora de uma ordem mundial mais justa e um ator indispensável na promoção da paz, do multilateralismo e na defesa do direito internacional", afirmou Lula.