Foto divulgada pelo Instituto Confúcio da Universidade de Tecnologia de Durban no dia 18 de agosto de 2023 mostra professores e estudantes do instituto exibindo trabalho com escrita dizendo "Amizade China-África do Sul" em chinês. (Instituto Confúcio da Universidade de Tecnologia de Durban/Divulgação via Xinhua)
"O BRICS é uma questão de parceria. Trata-se de cooperação e de trabalho em conjunto. Isso dá a oportunidade de reforçar a interação entre a África e os países do BRICS", disse o embaixador sul-africano do BRICS, Anil Sooklal.
Joanesburgo, 23 ago (Xinhua) -- A 15ª edição da Cúpula do BRICS reuniu o Sul Global para garantir que sua voz seja ouvida em um mundo definido por desigualdade de poder, disse o embaixador sul-africano do BRICS, Anil Sooklal.
"Vivemos em uma comunidade mundial muito dividida e altamente polarizada. E o Sul Global infelizmente continua sendo marginalizado", disse Sooklal à Xinhua em entrevista recente.
Organizada pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, a 15ª edição da Cúpula do BRICS atraiu uma atenção global que não era vista há anos. Sooklal disse que a visão mundial do grupo é essencial para uma economia mundial próspera e maiores relações internacionais democráticas.
"É a primeira vez na geopolítica recente que se tem um órgão tão coletivo e poderoso representando a voz do Sul Global", disse o embaixador.
O presidente Ramaphosa convidou quase 70 líderes de toda a África, América Latina e Ásia, entre outras regiões, para a África do Sul. Ele disse que o mundo aguarda a possível expansão do BRICS enquanto cerca de 40 países do Sul Global manifestaram interesse em participar do grupo.
"Não temos problemas em trabalhar com o Norte global, mas os desequilíbrios de poder entre o Norte e o Sul precisam ser resolvidos", explicou Sooklal.
Pessoas caminham perto do local da 15ª edição da Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul, no dia 20 de agosto de 2023. (Xinhua/Zhang Yudong)
O bloco representa atualmente quase 42% da população global, enquanto o Sul Global representa 85%. "Somos a maioria, mas somos tratados como minoria. Isso que estamos tentando mudar com o BRICS", acrescentou ele.
Outro foco central da cúpula é a maior utilização de moedas locais no bloco e a possibilidade de uma moeda do BRICS.
"Queremos um sistema monetário global diversificado, os nossos próprios sistemas de pagamentos, que não sejam reféns de uma ou duas moedas pelas quais devemos negociar tomando prejuízo", explicou ele.
Ele espera que a cúpula fortaleça a interação entre a África e os países do BRICS, enquanto reforça a influência do Sul Global.
"O BRICS é uma questão de parceria. Trata-se de cooperação e de trabalho em conjunto. Isso dá a oportunidade de reforçar a interação entre a África e o BRICS", disse ele.
"Espero que a cúpula possa gerar um futuro promissor de justiça e prosperidade para o Sul Global", observou Sooklal.
O BRICS é um acrônimo para cinco economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A África do Sul assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro de 2023, substituindo a China.