Joanesburgo, 24 ago (Xinhua) -- Os líderes do BRICS concordaram, nesta quinta-feira, em convidar seis países, a saber, Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU), para a família do BRICS como membros oficiais.
A adesão dos seis países entrará em vigor em 1º de janeiro de 2024, anunciou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, em uma coletiva de imprensa durante a 15ª Cúpula do BRICS.
"Valorizamos os interesses de outros países na construção da parceria do BRICS", exaltou Ramaphosa.
Por meio da cúpula, o BRICS iniciou um novo capítulo em seus esforços para criar um mundo justo, inclusivo e próspero, acrescentou.
Falando na coletiva de imprensa, o presidente chinês, Xi Jinping, considerou a expansão do BRICS histórica e um novo ponto de partida para a cooperação do BRICS.
A expansão do BRICS demonstra o compromisso dos países do BRICS de se unir e cooperar com todos os demais países em desenvolvimento, atende às expectativas da comunidade internacional, e serve aos interesses comuns dos mercados emergentes e países em desenvolvimento, enfatizou Xi.
Ele acrescentou que a expansão também injetará novos vigores ao mecanismo de cooperação do BRICS e fortalecerá ainda mais a força da paz e desenvolvimento do mundo.
Chamando de "um grande momento para a Etiópia", já que os líderes do BRICS endossaram a entrada do país no grupo, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, disse em uma declaração que "a Etiópia está pronta para cooperar com todos para uma ordem global inclusiva e próspera".
Na plataforma de mídia social X, anteriormente conhecida como Twitter, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, escreveu que seu país "respeita a visão da liderança do BRICS e aprecia a inclusão dos Emirados Árabes Unidos como membro deste importante grupo".
Em uma declaração, o presidente egípcio Abdel-Fattah al-Sisi se comprometeu a trabalhar com outros países do BRICS para "elevar a voz do Sul Global com relação às várias questões e desafios de desenvolvimento que encontramos, a fim de promover os direitos e interesses dos países em desenvolvimento".
"Com mais membros, haverá mais ideias e recursos para o grupo", disse João Pedro Rosário Yabala, delegado de mídia na Cúpula do BRICS. "Neste momento, estamos vivendo um momento histórico."
Os líderes do grupo se reuniram de 22 a 24 de agosto na África do Sul para discutir questões como o aprofundamento da cooperação do bloco e sua expansão.
Muitos mercados emergentes e nações em desenvolvimento estão considerando entrar para o BRICS, e mais de 20 países apresentaram pedidos, disse o diretor-geral do Departamento de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Kexin, em uma reunião.
Isso demonstrou a atração e o apelo do BRICS, bem como o entusiasmo e a disposição dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento para colaborar, acrescentou Li.
Sob o tema "BRICS e África: Parcerias para um Crescimento Mutuamente Acelerado, Desenvolvimento Sustentável e Multilateralismo Inclusivo", a cúpula deste ano também se concentrou em promover os interesses comuns do Sul Global.
Em suas entrevistas à Xinhua, autoridades, especialistas e jornalistas africanos disseram que a defesa dos interesses dos países em desenvolvimento pelo BRICS despertou o interesse dos países do Sul Global em participar do grupo.
"Acreditamos que a entrada de novos membros fortalecerá ainda mais a cooperação entre nós", disse Anil Sooklal, Sherpa do BRICS da África do Sul, à Xinhua.
"Mais importante ainda, isso fortalece ainda mais a cooperação entre os países do Sul Global na abordagem de nossos desafios comuns e questões comuns que enfrentamos", disse Sooklal.
"Com suas capacidades econômicas, financeiras e tecnológicas, bem como uma clara visão de futuro, o BRICS tem a força e a capacidade de liderar o mundo em direção a um amplo processo de desenvolvimento e tornar o sistema econômico global mais justo e equitativo", disse Abdel-Sattar Eshrah, secretário-geral do Conselho Empresarial Egípcio-Chinês, com sede no Cairo.
Os países do Sul Global querem se juntar ao BRICS porque o grupo defende a "cooperação ganha-ganha e o respeito mútuo com outros países do mundo", disse ele.
Para Katja Hamilton, editora de finanças e saúde do principal site de notícias B2B da África, Bizcommunity, espera-se que o BRICS crie novas perspectivas para o crescimento do continente africano.
A cúpula do BRICS deste ano e a expansão do grupo demonstram a vitalidade do mecanismo do BRICS e sua atração para as nações emergentes e para o Sul Global, disse ela.