Rio de Janeiro, 30 ago (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira que o grupo BRICS -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -- se tornou mais "poderoso, forte e importante" do que o G7 depois da reunião de cúpula na semana passada na qual se anunciou a ampliação do bloco.
Na semana passada, o BRICS anunciou o início do processo de expansão do bloco, ao qual se unirão a partir de janeiro de 2024 outros seis países: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Lula aproveitou seu programa semanal Conversa com o Presidente, transmitido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) para fazer um balanço da reunião de chefes de Estado realizada na cidade sul-africana de Joanesburgo.
"Acho que o mundo não será mais o mesmo depois da criação do BRICS, pelo menos nas discussões econômicas. Hoje, o BRICS está mais forte do que o G7" (que reúne às economias desenvolvidas e é integrado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), afirmou.
"Hoje, os BRICS representam 32% do PIB (mundial) em paridade de poder de compra, enquanto o G7 representa apenas 29%. Isto significa que tem havido uma mudança significativa", ressaltou.
O presidente brasileiro comentou também sua proposta de criar uma nova moeda de referência para substituir o dólar nas transações comerciais entre membros do bloco e citou o euro.
"Podemos negociar com nossas moedas sem problemas. Os europeus criaram o euro, nós precisamos criar alguma coisa. Não é contra o dólar, é a favor do Brasil, do comércio brasileiro e do real", ressaltou.
Temos que fazê-lo e aprovar que os ministros das Finanças discutam isso ao longo do ano para ver se, quando chegarmos à próxima reunião, podemos estabelecer uma moeda de referência para as exportações", afirmou.
A última cúpula do BRICS determinou que os ministros das Finanças usem os próximos 12 meses para discutir a proposta para, segundo Lula, "ver se a gente consegue fazer com que seja aprovada uma moeda de referência para exportação".