Homem tira fotos no centro de mídia da 15ª edição da Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul, no dia 21 de agosto de 2023. (Xinhua/Li Yahui)
Como uma parceria internacional que busca criar uma ordem mutuamente benéfica, a expansão do BRICS é uma etapa importante em direção a uma ordem mundial com distribuição mais justa de recursos.
Cairo, 30 ago (Xinhua) -- Ao mesmo tempo que elogiam sua inclusão no BRICS, os novos países membros pediram uma ordem mundial mais justa e equilibrada e esperam que o bloco impulsione o desenvolvimento.
Na recém-concluída 15ª edição da Cúpula do BRICS, seis países, sendo Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU), foram oficialmente convidados a aderir ao BRICS.
O convite foi calorosamente recebido pelos líderes e analistas dos seis países. Muitos esperam que o mecanismo gere mais oportunidades de desenvolvimento.
Foto aérea tirada no dia 28 de setembro de 2021 mostra edifício-sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) em Shanghai, leste da China. (Xinhua/Fang Zhe)
COOPERAÇÃO MÚTUA
Com base nas estatísticas econômicas do Banco Mundial em 2022, o produto interno bruto (PIB) combinado dos países do BRICS, após a expansão, representará 28,99% do PIB global, em vez dos atuais 25,77%.
A simples dimensão econômica traz enormes oportunidades econômicas, comerciais e de investimento para os seus membros.
"O grupo ajudará o Egito a continuar seus movimentos para libertar a economia, expandir os mercados e aumentar as exportações", disse Gamal Bayoumi, chefe da União de Investidores Árabes, com sede no Cairo.
A adesão do Egito ao BRICS permitirá que o país receba empréstimos bonificados do Novo Banco de Desenvolvimento do bloco, em vez de pedir dinheiro emprestado a taxas de juro elevadas de outros bancos internacionais, disse ele.
"A adesão do Egito ao BRICS aumentará suas exportações e oportunidades de investimento, além dos fluxos de investimento estrangeiro", disse o ministro das Finanças egípcio, Mohamed Maait.
O grupo BRICS oferece uma grande oportunidade para fortalecer e diversificar as parcerias entre os países do Sul Global, disse Ebrahim Hashem, ex-assessor do presidente do Gabinete Executivo de Abu Dhabi.
Ele disse que ter os EAU e a Arábia Saudita no BRICS ajudará a coordenar melhor as políticas energéticas entre alguns dos principais produtores e consumidores de energia, promovendo a estabilidade e a previsibilidade do mercado petrolífero e energético.
Para o Irã, a adesão ao BRICS poderá ajudar o país a compensar o isolamento ocidental, tanto econômica como politicamente, disse Abas Aslani, especialista em política externa do Irã, acrescentando que é mais um passo nos esforços do país para aderir a organizações e grupos internacionais e regionais.
Foto tirada no dia 21 de agosto de 2023 mostra vista próxima ao local da 15ª edição da Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul. (Xinhua/Zhang Yudong)
ORDEM MUNDIAL EQUILIBRADA
Naser Abdel-Aal, professor de ciências políticas na Universidade do Canal de Suez, considerou a expansão do BRICS "uma etapa importante em direção a uma ordem mundial com distribuição mais justa de recursos".
Ele disse que o BRICS é uma parceria internacional que procura criar uma ordem mutuamente benéfica que atenda aos atributos únicos de cada estado-membro, particularmente os países em desenvolvimento.
Há uma lacuna cada vez maior entre o papel real dos mercados emergentes no sistema global e sua capacidade de participar nos processos de tomada de decisão das instituições globais, disse Melaku Mulualem, investigador sênior de relações internacionais e diplomacia do Instituto de Assuntos Estratégicos da Etiópia.
"As economias destes países cresceram nas últimas décadas. No entanto, suas vozes políticas continuam limitadas, uma vez que o sistema global atual permaneceu praticamente inalterado", disse ele.
Mulualem destacou que o BRICS procura melhorar a cooperação do Sul Global e uma governança mundial mais justa, além da participação nos processos de tomada de decisão em organizações globais como o FMI e o Banco Mundial.
Saeed Okasha, especialista do Centro de Estudos Políticos e Estratégicos Al-Ahram, com sede no Cairo, disse que o futuro do BRICS é promissor, citando: "Acredito que se o BRICS apresentar um modelo baseado na cooperação mútua a todos, isso resultará no grande sucesso desse modelo e do projeto BRICS".