Comentário: Gaza precisa de trégua em vez de armas-Xinhua

Comentário: Gaza precisa de trégua em vez de armas

2024-04-09 09:33:58丨portuguese.xinhuanet.com

Pessoas em rua com prédios danificados perto do Hospital Shifa, na cidade de Gaza, no dia 1º de abril de 2024. (Foto por Mohammed Ali/Xinhua)

Bagdá, 7 abr (Xinhua) -- O conflito Israel-Hamas, que criou uma crise humanitária sem precedentes na Faixa de Gaza, já dura meio ano. No meio dessa tragédia, as ações dos Estados Unidos, o principal aliado de Israel, suscitaram sérias preocupações e críticas entre a comunidade internacional.

Embora Washington afirme defender um cessar-fogo no enclave palestino devastado pela guerra, suas ações contradizem repetidamente suas palavras. No último caso, quando os EUA criticaram verbalmente Israel por matar sete trabalhadores humanitários da instituição de caridade alimentar internacional World Central Kitchen em Gaza, no dia 1 de abril, aprovaram a transferência de mais de 1.000 bombas MK-82 de 500 libras e mais de 1.000 bombas pequenas de grande diâmetro para Israel no mesmo dia.

Ficou evidente que as críticas de Washington a Israel são uma forma de desviar a pressão da opinião pública global, uma vez que sua verdadeira posição foi revelada pelo contínuo fornecimento de armas a Israel no conflito de Gaza.

Para os políticos americanos, a obrigação política de proteger seu aliado da responsabilização supera a necessidade urgente de acabar com a crescente crise humanitária em Gaza. O conflito de Gaza já custou a vida a mais de 33 mil palestinos, na sua maioria mulheres e crianças. E as Nações Unidas alertaram em março que 1,1 milhão de pessoas em Gaza, ou metade da população, lutam contra a fome devido ao bloqueio sufocante imposto por Israel.

Menino chora no corpo de parente na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no dia 1º de abril de 2024. (Foto por Khaled Omar/Xinhua)

Em 5 de abril, o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou uma resolução pedindo aos países que cessem o fornecimento de armas a Israel. No entanto, os Estados Unidos se opuseram, simplesmente porque são o principal fornecedor de armas para Israel. De acordo com antigos responsáveis americanos e em exercício, desde a eclosão do conflito em Gaza, os EUA organizaram mais de 100 transferências individuais de armas para Israel, com apenas 2 delas sendo públicas.

Em 25 de março, o Conselho de Segurança da ONU adotou finalmente uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato em Gaza no mês sagrado muçulmano do Ramadã, depois de os EUA bloquearem repetidamente resoluções anteriores da ONU destinadas a alcançar uma trégua. Para surpresa de todos, os EUA, que se abstiveram na votação, declararam a resolução como “não vinculativa”, apesar do fato de as resoluções do Conselho de Segurança da ONU serem juridicamente vinculativas.

As palavras e ações do governo dos EUA sobre o conflito de Gaza não só desafiaram a autoridade do Conselho de Segurança da ONU, mas também dificultaram os esforços internacionais para restaurar a paz em Gaza.

Respondendo à crescente pressão internacional, os EUA organizaram uma demonstração política de pacificação, enviando várias vezes o secretário de Estado Antony Blinken e outros funcionários à região para mediar um cessar-fogo em Gaza, o que deverá ser facilmente alcançado se Washington realmente quiser fazer isso. Os EUA também lançaram lotes de ajuda humanitária para Gaza, o que não é nada em comparação com sua entrega massiva de armas a Israel.

A comunidade internacional espera ver menos gestos vazios e ações mais concretas por parte dos EUA, que deveriam dar o primeiro passo, pelo menos, para interromper seu fornecimento de armas a Israel.

Foto tirada no dia 1º de abril de 2024 mostra edifícios destruídos perto do Hospital Shifa, na cidade de Gaza. (Foto por Mohammed Ali/Xinhua)

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