* O ano de 2024 marca o Ano de Intercâmbios Interpessoais China-ASEAN.

* Muitos estudantes estrangeiros se beneficiaram da cooperação educacional entre a China e os países da ASEAN, vendo o fortalecimento dos intercâmbios entre os dois lados.

• Dados mostram que o número de estudantes chineses estudando em países da ASEAN e estudantes de países da ASEAN estudando na China ultrapassou 175.000 em 2023.
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Representantes de estudantes estrangeiros cantam músicas na cerimônia de abertura da Semana de Cooperação Educacional China-ASEAN de 2024 na Nova Área de Gui'an, província de Guizhou, sudoeste da China, no dia 21 de agosto de 2024. (Xinhua/Tao Liang)

Guiyang/Nanning, 7 set (Xinhua) -- Nguyen Ngoc Son, geração Z do Vietnã e entusiasta da medicina tradicional chinesa (MTC), considerou estudar na China a melhor escolha para continuar sua educação.

Apaixonado pela cultura chinesa, Son escolheu MTC como sua especialização na universidade e agora está cursando mestrado em medicina chinesa e ocidental integrada na Universidade de Medicina Chinesa de Gansu, na província de Gansu, noroeste da China.

Após se formar na faculdade no Vietnã em 2020, ele passou três anos trabalhando no departamento de MTC de um hospital geral local, tratando pacientes com ervas, acupuntura e técnicas de massagem.

A China e o Vietnã são vizinhos próximos e têm culturas semelhantes, e as técnicas de MTC se tornaram cada vez mais populares no Vietnã, disse Son.

Como Son, muitos estudantes estrangeiros se beneficiaram da cooperação educacional entre a China e os países da ASEAN, vendo o fortalecimento das trocas entre os dois lados.

O ano de 2024 marca o Ano de Intercâmbios Interpessoal China-ASEAN. Liu Baoli, ex-secretário-geral-executivo da Semana de Cooperação Educacional China-ASEAN, disse que a China e os países da ASEAN continuariam fortalecendo a cooperação educacional e promoveriam intercâmbios interpessoais para ajudar a construir uma comunidade China-ASEAN mais próxima com futuro compartilhado.

Representantes de estudantes estrangeiros comparecem à cerimônia de abertura da Semana de Cooperação Educacional China-ASEAN de 2024 na Nova Área de Gui'an, província de Guizhou, sudoeste da China, no dia 21 de agosto de 2024. (Xinhua/Tao Liang)

INTERCÂMBIO INTERPESSOAL AUMENTA

Os dados mostram que o número de estudantes chineses estudando em países da ASEAN e estudantes de países da ASEAN estudando na China ultrapassou 175.000 em 2023.

“Estudar na China é uma boa escolha”, disse Soulideth Lavanphone, do Laos, que concluiu sua graduação e pós-graduação na China.

Intrigado pela China e sua cultura desde a infância, Lavanphone começou seus estudos na Faculdade Politécnica de Tongren, na província de Guizhou, sudoeste da China, em 2012. Ele aprendeu chinês e se formou em investimentos e finanças, depois ganhou uma bolsa do governo chinês para cursar um MBA na Universidade de Sichuan em 2018.

Durante o tempo que passou na China, Lavanphone não só aprimorou seu conhecimento profissional, como viu o rápido desenvolvimento econômico do país. Ele foi inspirado pelo espírito empreendedor do povo chinês por meio de sua participação em competições de língua chinesa e atividades de bem-estar público.

Após a formatura, ele voltou à sua cidade natal e virou guia turístico bilíngue, alavancando suas excelentes habilidades profissionais e de chinês. Essa função permitiu que ele se conectasse com pessoas de vários setores e ganhasse seu “primeiro balde de ouro”.

Em 2021, ele foi convidado a ser comunicador internacional para a província de Yunnan, sudoeste da China, a fim de promover intercâmbios culturais entre a China e o Laos.

Percebendo um interesse crescente nas pessoas do Laos em estudar na China, ele abriu um centro de treinamento de língua chinesa em sua cidade natal este ano para ajudá-los a melhorar a proficiência em chinês e garantir oportunidades de estudar na China. Durante as férias de verão, o centro atraiu cerca de 100 estudantes laosianos.

“Ganhei conhecimento e habilidades inestimáveis ​​e aproveitei uma vida animada na China. Quando relembro, sei que fiz a escolha certa”, disse Lavanphone.

Além do foco na educação, os estudantes da ASEAN também estão descobrindo amplas oportunidades de emprego na China.

Estudantes estrangeiros vendem produtos em transmissão ao vivo na Semana de Cooperação Educacional China-ASEAN de 2024 na Nova Área de Gui'an, província de Guizhou, sudoeste da China, no dia 21 de agosto de 2024. (Xinhua/Tao Liang)

Tommy Tanu Wijaya, da Indonésia, começou seus estudos na Universidade Normal de Guangxi, na Região Autônoma de Guangxi Zhuang, na China, em 2018 e recebeu o doutorado pela Universidade Normal de Beijing em julho deste ano. Ele decidiu ficar e trabalhar como bolsista de pós-doutorado na Universidade Normal de Beijing.

“Sou grato pela educação que recebi na China e honrado em contribuir com meu trabalho aqui”, publicou Wijaya nas redes sociais.

Refletindo sobre suas experiências de aprendizado na China, ele observou sua apreciação pela plataforma acadêmica e pelas amplas oportunidades disponíveis para estudantes internacionais.

Durante os estudos de doutorado, ele participou de projetos de cooperação internacional com seu supervisor e fez networking com especialistas estrangeiros, o que beneficiou muito sua pesquisa.

“Depois que vim para a China, conheci muitos amigos e fui a muitos lugares. Colaboro com meus amigos chineses e isso amplia minha visão”, disse Wijaya, acrescentando que a China e a Indonésia estabeleceram uma cooperação sólida em vários setores, incluindo economia e educação.

EXPANDINDO A COOPERAÇÃO EM EDUCAÇÃO TÉCNICA

Na Semana de Cooperação Educacional China-ASEAN de 2024 realizada no mês passado em Guiyang, capital da província de Guizhou, Duangpaseuth Amphone do Laos estava fazendo uma transmissão ao vivo no TikTok, mostrando câmeras produzidas em Guizhou, com pedidos exibidos em uma tela pública ao lado dele.

Desde maio deste ano, a Universidade Normal de Zunyi, onde Amphone estuda atualmente, introduziu um curso de comércio eletrônico transfronteiriço. A universidade também fez parceria com a Guizhou Qianyue Youpin Import and Export E-commerce Co., Ltd. para estabelecer uma base de treinamento de comércio eletrônico transfronteiriço. Essa iniciativa oferece oportunidades práticas para entusiastas de transmissão ao vivo de comércio eletrônico e ajuda a promover produtos locais no mercado internacional.

Até agora, a base de treinamento lançou cinco rotas internacionais de comércio eletrônico para países da ASEAN, incluindo Vietnã, Tailândia e Laos, atraindo muitos estudantes internacionais.

Passageira caminha no saguão de espera da Estação Vientiane ao longo da Ferrovia China-Laos em Vientiane, Laos, no dia 26 de janeiro de 2024. (Foto por Yang Yongquan/Xinhua)

Amphone, estudante do terceiro ano com especialização em gestão financeira, costumava vender especialidades e roupas locais de sua cidade natal no Facebook, além de produtos que ela comprou na China, de volta ao Laos.

Amphone disse que com o rápido crescimento do comércio eletrônico internacional e as ótimas oportunidades de aprendizado fornecidas por sua escola, ela planeja seguir o comércio eletrônico internacional como carreira e se esforça para promover produtos de alta qualidade de sua cidade natal para o mercado internacional.

De acordo com Li Mingze, gerente-geral da Guizhou Qianyue Youpin Import and Export E-commerce Co., Ltd., a base de treinamento de comércio eletrônico vende principalmente produtos de Guizhou, como câmeras e produtos agrícolas, com o volume de vendas em transmissões ao vivo atingindo 200.000 yuans (cerca de 28.199 dólares americanos) até o momento.

Chen Jin, funcionário do Ministério da Educação, disse que até agora, 111 faculdades e universidades em 24 províncias, municípios e regiões autônomas na China lançaram essas especializações relacionadas ao comércio eletrônico.

Em dezembro de 2023, a Universidade de Tecnologia e Ciência Camboja-China foi estabelecida em Phnom Penh para treinar profissionais de comércio eletrônico.

Sok Huy, diretor-executivo da universidade, anunciou que o primeiro grupo de 70 estudantes de graduação cambojanos foi matriculado para estudar língua chinesa e comércio eletrônico. A universidade também planeja treinar 1.000 profissionais de comércio eletrônico em produção de vídeos curtos e atendimento ao cliente.

Foto aérea tirada por drone em 20 de dezembro de 2023 mostra campus da Universidade de Tecnologia e Ciência Camboja-China (CamTech) em Phnom Penh, Camboja. (Foto por Van Pov/Xinhua)

Conforme a China e os países da ASEAN aumentam a conectividade, grandes projetos de construção como a Ferrovia de Alta Velocidade Jacarta-Bandung, a Ferrovia China-Laos e a Ferrovia China-Tailândia estão gerando uma alta demanda por talentos relacionados a ferrovias.

Em dezembro de 2021, a Ferrovia China-Laos foi oficialmente inaugurada. Em setembro de 2022, Vue Xiong e outros 13 estudantes do Laos vieram estudar operação e gestão de tráfego no Faculdade Técnica Vocacional Ferroviária de Liuzhou em Guangxi.

Relembrando sua primeira experiência em um trem de alta velocidade, Xiong disse que se sentiu ansioso e animado. “O trem era muito rápido, o que me deixou um pouco ansioso no começo, mas tudo ocorreu bem”.

Otimista sobre o futuro dos trens de alta velocidade, ele escolheu estudar na China com a esperança de voltar para casa e contribuir para a indústria de transporte de seu país.

Shi Zhongjun, secretário-geral do Centro ASEAN-China, disse que a educação é um componente importante dos intercâmbios interpessoais entre a China e a ASEAN, e o talento é um suporte essencial para o desenvolvimento da China e dos países da ASEAN.

Nos últimos anos, a cooperação educacional entre os dois lados em todos os níveis foi aprimorada, e o treinamento de pessoal e a cooperação científica e tecnológica alcançaram resultados frutíferos, acrescentou Shi.

(Repórteres de vídeo: Cui Xiaoqiang, Xu Siyuan e Guo Yifan; edição de vídeo: Li Ziwei, Zak Zuzanna e Li Qin)