Lin Xingsheng (1º, à direita), líder da equipe do Centro de Demonstração de Tecnologia Juncao China-Fiji ajuda o povo fijiano a fazer uma estufa para cogumelos em Naitasiri, Fiji, no dia 11 de setembro de 2024. (Foto por Gao Xin/Xinhua)

Por Guo Xinhua

Suva, 13 set (Xinhua) -- De produtora a dona de uma fazenda Juncao e presidente da Associação de Fazendeiros de Cogumelos de Fiji, Seruwaia Waiti Kabukabu está muito orgulhosa em contribuir para sua comunidade e seus conterrâneos.

“Devido ao uso da tecnologia Juncao, passei por muitas mudanças e me desenvolvi completamente. Mais importante, segui o conceito de desenvolvimento sustentável, que nos permite ganhar mais do que apenas dinheiro, mas uma mentalidade mais ampla”, disse Kabukabu, que contou à Xinhua como conheceu a tecnologia Juncao e construiu sua carreira com esse projeto técnico auxiliado pela China.

CONHECENDO A TECNOLOGIA JUNCAO

Antes de conhecer a tecnologia Juncao, Kabukabu fazia parte Grupo Feminino de Laticínios Naitasiri.

Em 2019, ela liderou 12 mulheres para participar de um curso de treinamento sobre tecnologia Juncao realizado pelo Centro de Demonstração de Tecnologia Juncao China-Fiji, sediado em Nadi.

“Para nós, a Juncao é uma tecnologia nova e desconhecida. Nunca pensei que proporcionaria tantas oportunidades novas para mim e para o grupo de mulheres. Isso mudou nossas vidas e carreiras, além de realizar nossos sonhos”, disse ela.

Após o treinamento, elas receberam sacos de substrato de cogumelos gratuitamente do centro. Sob a orientação dos especialistas chineses, começaram a colher e a vender cogumelos em 7 a 10 dias, gerando renda para sua família.

“O cultivo de cogumelos é simples e fácil de aprender. Com resultados rápidos e bons, as mulheres ainda ficaram muito surpresas”, disse Kabukabu à Xinhua.

A mulher de 48 anos lembrou que ganhou 2.500 dólares fijianos (cerca de 1.120 dólares americanos) do primeiro lote de substratos de cogumelos e comprou eletrodomésticos, esteiras, panelas, comida e roupas para sua família.

O aumento da renda também levou Kabukabu a pagar 1.600 dólares fijianos (cerca de 717 dólares) por um curso de treinamento em laticínios, que é dominado principalmente por homens, ela disse: “Sendo mulher, estou orgulhosa de pagar as mensalidades e me formar”.

CONTRIBUINDO PARA A COMUNIDADE E PARA AS MULHERES

Atualmente, Kabukabu está envolvida em um projeto comunitário do qual sempre quis fazer parte.

O acesso à água limpa sempre foi um grande desafio para sua comunidade nos últimos 20 anos. Por isso, ela usou a renda dos cogumelos para comprar tubulações e materiais para construir uma represa. Agora, a água limpa foi conectada à beira da estrada, um grande passo para a comunidade.

O surto repentino de COVID-19 interrompeu o trabalho e o cotidiano de muitas pessoas, mas isso não afetou o entusiasmo de Kabukabu em cultivar cogumelos.

Mesmo durante a pandemia, para atender às necessidades da população local, o centro Juncao continuou entregando sacos de cogumelos aos agricultores, ela disse à Xinhua.

Kabukabu também mobilizou outras mulheres que perderam suas fontes de sustento por causa da pandemia para participar do projeto Juncao.

No final de 2023, Kabukabu se tornou presidente da Associação de Produtores de Cogumelos de Fiji, que reuniu produtores de cogumelos de todo o país para ajudar a conhecer totalmente o mercado de cogumelos.

Com frequência, ela organiza membros para promover a tecnologia Juncao à comunidade de diferentes distritos, mostrando o valor nutricional e medicinal dos produtos e falando sobre dietas saudáveis.

Agora eles têm muitos clientes fiéis, incluindo supermercados, universidades e organizações internacionais em Fiji. O preço dos pedidos varia de 15 a 20 dólares fijianos por quilo.

PROMOVENDO A TECNOLOGIA JUNCAO

Além do cultivo de cogumelos, o grupo de mulheres de Kabukabu também planta capim-juncao gigante, que é usado como ração para gado.

O capim-juncao gigante cresce rápido e tem alto rendimento com muita proteína bruta, o que reduzirá o custo da ração e resolverá o problema da falta de comida para os animais na estação seca, disse Lin Xingsheng, líder da equipe do Centro de Demonstração de Tecnologia Juncao China-Fiji.

Além disso, o uso da tecnologia Juncao pode efetivamente controlar deslizamentos de terra ribeirinhos e erosão do solo, e melhorar as terras salinas-alcalinas costeiras em Fiji, acrescentou Lin.

“O grupo de mulheres é esforçado e pretende continuar usando a tecnologia Juncao porque ela tem muitos benefícios importantes, como baixo custo, retornos rápidos, altos lucros, alta ecoeficiência e ampla adaptabilidade”, disse Kabukabu.

O projeto Juncao China-Fiji tem beneficiado Fiji desde 2014. Esse projeto aumentou a produtividade local, forneceu uma gama diversificada de alimentos de qualidade, garantiu a segurança alimentar, criou oportunidades de emprego, capacitou mulheres e jovens e trouxe soluções para as mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável para os países insulares.

“Os membros do grupo e eu somos provas do sucesso e fomos beneficiadas pela tecnologia Juncao”, disse Kabukabu.

Seruwaia Waiti Kabukabu (frente) e membros do grupo de mulheres cultivam cogumelos em Naitasiri, Fiji, no dia 11 de setembro de 2024. (Foto por Gao Xin/Xinhua)

Seruwaia Waiti Kabukabu fala em entrevista à Xinhua em Naitasiri, Fiji, no dia 11 de setembro de 2024. (Foto por Gao Xin/Xinhua)