Na ONU, líder palestino Abbas pede esforços para acabar com ocupação israelense e "genocídio"-Xinhua

Na ONU, líder palestino Abbas pede esforços para acabar com ocupação israelense e "genocídio"

2024-09-28 14:02:18丨portuguese.xinhuanet.com

O presidente palestino Mahmoud Abbas faz um discurso durante o Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na sede da ONU em Nova York, em 26 de setembro de 2024. Abbas recebeu uma longa salva de palmas ao discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na quinta-feira, insistindo que "não iremos embora, a Palestina é nossa terra natal" e "se alguém fosse embora, seria o ocupante". (Xinhua/Li Rui)

Por Xia Lin e Gao Shan

Nações Unidas, 26 set (Xinhua) -- O presidente palestino Mahmoud Abbas recebeu uma longa salva de palmas ao discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na quinta-feira, insistindo que "não iremos embora, a Palestina é nossa terra natal" e "se alguém fosse embora, seria o ocupante".

Ele passou a acusar Israel de perpetrar uma "guerra de genocídio em grande escala", rejeitando a alegação do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de que Israel não matou civis em Gaza. "Eu lhe pergunto, quem foi então que matou mais de 15.000 crianças?", disse ele.

"Parem com esse crime. Parem agora. Parem de matar crianças e mulheres. Parem com o genocídio. Parem de enviar armas para Israel. Essa loucura não pode continuar. O mundo inteiro é responsável pelo que está acontecendo com nosso povo", disse Abbas.

SANÇÃO E EXCLUSÃO

Durante seu discurso, Abbas pediu à comunidade internacional que imponha sanções a Israel e também sua exclusão das Nações Unidas após o "genocídio em Gaza".

"Pedimos sanções contra Israel. Israel não merece fazer parte dessa organização. Não sei como os Estados Unidos podem insistir em nos privar de nossos direitos", disse Abbas, acrescentando que Israel deve ser destituído da condição de membro das Nações Unidas por não aceitar uma solução de dois Estados para o conflito e permitir o retorno dos refugiados palestinos a suas casas. "Vamos enviar uma solicitação à AGNU sobre esse assunto", disse ele.

"Lamentamos que o governo dos EUA - a maior democracia do mundo - tenha obstruído em três ocasiões os projetos de resolução no Conselho de Segurança exigindo que Israel observasse um cessar-fogo", disse Abbas, acusando os Estados Unidos de incentivar as ações militares de Israel ao usar repetidamente seu poder de veto e fornecer a Israel as armas usadas no conflito.

"Esses são os Estados Unidos, o mesmo país que foi o único membro do Conselho de Segurança que votou contra a concessão ao Estado da Palestina da condição de membro pleno da ONU", disse Abbas, expressando descrença no que ele vê como a oposição consistente dos EUA à condição de Estado e aos direitos palestinos.

Ele também abordou a situação dos colonos na Cisjordânia, especificando que 600.000 colonos vivem lá atualmente. "Queremos que a decisão da CIJ (Corte Internacional de Justiça) sobre Israel seja implementada", observou ele.

CRIME E GENOCÍDIO

Destacando que os palestinos suportaram quase um ano do que ele descreveu como um dos crimes mais hediondos da época, o líder disse que "é o crime de uma guerra de genocídio em grande escala que Israel está cometendo. Um crime que matou mais de 40.000 mártires somente em Gaza, e milhares permanecem sob os escombros. Um crime que feriu mais de 100.000 até hoje".

Ele destacou que famílias palestinas inteiras foram aniquiladas, seus nomes de família foram completamente apagados, enfatizando que, em meio ao ataque, as doenças estão se espalhando, a água potável e os medicamentos vitais são escassos e mais de dois milhões de palestinos foram deslocados, muitos forçados a fugir várias vezes em busca de segurança. As mortes e os ferimentos continuam sem parar, não apenas em Gaza, mas também na Cisjordânia e em Jerusalém.

Abbas ressaltou que não estava falando hoje "para responder às mentiras" do primeiro-ministro israelense, que afirmou perante o Congresso dos EUA em julho que as forças israelenses não mataram civis inocentes em Gaza.

"Eu lhe pergunto: quem foi que matou mais de 15.000 crianças das 40.000 e um número igual de mulheres e idosos? E quem é então que continua a matá-los, eu lhe pergunto?", disse ele.

"A Palestina será livre, apesar de qualquer pessoa que se oponha. Nosso povo viverá na terra de seus pais e avós... A ocupação terá fim", concluiu Abbas.

GREVE E CESSAR-FOGO

Logo depois de Abbas, o presidente da Gâmbia, Adama Barrow, falou à AGNU que "a ocupação israelense, a expansão dos assentamentos, o bloqueio de Gaza e as restrições na Cisjordânia, juntamente com a ameaça de intensificar a guerra para um conflito regional, continuam a piorar as tensões em curso no Oriente Médio".

"Dessa forma, peço às Nações Unidas, à comunidade internacional e aos Estados-membros da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) que unam forças e consigam urgentemente a paz permanente na Palestina", disse ele, acrescentando que "pedimos à comunidade internacional que priorize o apoio à reconstrução pós-conflito de Gaza e à melhoria das condições econômicas na Cisjordânia. Embora a situação na região seja extremamente grave, a intensa destruição de vidas e propriedades continua".

Enquanto isso, Netanyahu instruiu seus militares a continuarem lutando "com força total" na quinta-feira, enquanto esforços diplomáticos internacionais de alto risco estavam em andamento para interromper o conflito entre o Hezbollah e Israel.

Netanyahu está indo para Nova York participar da AGNU, já que membros de seu governo rejeitaram uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, aliados europeus e várias nações árabes. As forças armadas de Israel realizaram novos ataques no Líbano, incluindo um em Beirute, a capital, que teve como alvo o comandante da unidade de drones do Hezbollah.

A AGNU adotou uma resolução em 10 de maio apoiando a proposta palestina de se tornar um membro pleno da ONU e recomendando que o Conselho de Segurança "reconsidere a questão favoravelmente". A resolução foi adotada com 143 votos a favor e nove contra, incluindo os Estados Unidos e Israel, enquanto 25 países se abstiveram. A China votou a favor da resolução.

A resolução afirma: "O Estado da Palestina (...) deve, portanto, ser admitido como membro" e "recomenda que o Conselho de Segurança reconsidere a questão favoravelmente". 

O presidente palestino Mahmoud Abbas faz um discurso durante o Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na sede da ONU em Nova York, em 26 de setembro de 2024. Abbas recebeu uma longa salva de palmas ao discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na quinta-feira, insistindo que "não iremos embora, a Palestina é nossa terra natal" e "se alguém fosse embora, seria o ocupante". (Xinhua/Xie E)

O presidente palestino Mahmoud Abbas (no pódio e nas telas) faz um discurso durante o Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na sede da ONU em Nova York, em 26 de setembro de 2024. Abbas recebeu uma longa salva de palmas ao discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na quinta-feira, insistindo que "não iremos embora, a Palestina é nossa terra natal" e "se alguém fosse embora, seria o ocupante". (Xinhua/Xie E)

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