UE insiste em avançar tarifas polêmicas sobre veículos elétricos chineses, negligenciando oposição dos membros-Xinhua

UE insiste em avançar tarifas polêmicas sobre veículos elétricos chineses, negligenciando oposição dos membros

2024-10-05 15:36:00丨portuguese.xinhuanet.com

(Xinhua/Zhao Dingzhe)

Beijing, 5 out (Xinhua) -- A Comissão Europeia anunciou na sexta-feira que aprovou uma votação para impor tarifas punitivas aos veículos elétricos a bateria (EVs, em inglês) chineses, provocando críticas de vários países europeus e indústrias automotivas que alertam que a medida pode ser um bumerangue contra a competitividade da União Europeia (UE).

Embora a Comissão tenha afirmado que garantiu o apoio necessário dos Estados membros, 12 membros da UE se abstiveram da votação e cinco votaram contra a decisão. Enquanto isso, a Comissão também destacou o trabalho contínuo entre a UE e a China para explorar uma solução alternativa.

A oposição mais forte contra a tarifa é da Alemanha. Na sequência do apelo do chanceler Olaf Scholz para a continuação das negociações com a China na quarta-feira, o ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, escreveu na plataforma de mídia social X na quinta-feira: "Tarifas sobre carros elétricos chineses seriam erradas... Temos que falar claramente e negociar com a China - mas as guerras comerciais só têm perdedores".

Fazendo eco a essas preocupações, a Hungria votou contra a tarifa. "O que eles estão nos obrigando a fazer agora, ou o que a UE quer fazer, é uma Guerra Fria econômica", disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, à rádio estatal em uma entrevista na sexta-feira, referindo-se às tarifas propostas pela UE sobre a China.

Matjaz Han, ministro da Economia, Turismo e Esporte da Eslovênia, também se manifestou contra as tarifas sobre os veículos elétricos chineses e alertou sobre um "preço muito alto" para a Europa. Em vez disso, ele defendeu uma cooperação econômica e comercial mais prática entre a UE e a China.

A Finlândia se absteve na votação de sexta-feira. Jukka Kuurma, funcionário sênior do Ministério das Relações Exteriores da Finlândia, disse à mídia local que não havia provas suficientes dos danos causados à UE pelo "suposto" apoio estatal chinês ao setor de veículos elétricos. "Não estamos convencidos de que as tarifas de importação seriam do interesse geral da União", disse Kuurma.

O anúncio da Comissão sobre as polêmicas tarifas provocou protestos da indústria automotiva da Alemanha. Eles criticaram o fato de que a medida pode prejudicar a competitividade das montadoras locais.

Em um comunicado divulgado na sexta-feira, Hildegard Muller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva, disse que a votação é mais um passo em direção à cooperação global.

A gigante automobilística alemã Volkswagen também emitiu uma declaração, pedindo uma solução negociada. Ela disse que as tarifas planejadas são a abordagem errada e não melhorariam a competitividade da indústria automobilística europeia.

"A votação de hoje é um sinal fatal para a indústria automotiva europeia", disse o CEO da BMW, Oliver Zipse, à mídia local. "Agora é necessária uma solução rápida entre a Comissão Europeia e a China para evitar um conflito comercial que, finalmente só terá perdedores."

A Mercedes também teme efeitos negativos sobre o setor. "Estamos convencidos de que as tarifas punitivas pioram a competitividade de uma indústria a longo prazo", disse uma porta-voz citada pela agência de notícias alemã DPA.

Após o anúncio da UE, a Câmara de Comércio da China para a UE (CCCEU, sigla em inglês) expressou profunda decepção com os resultados da votação e forte insatisfação com a adoção de medidas comerciais protecionistas pela UE.

"Incentivamos fortemente a UE a abordar as medidas finais com cautela, adiar a implementação dessas tarifas e priorizar a resolução de disputas e tensões comerciais por meio de consultas e diálogo", disse a CCCEU em um comunicado na sexta-feira.

Também na sexta-feira, o Ministério do Comércio da China se opôs firmemente à minuta da decisão final da UE. Um porta-voz disse que o ministério pediu que o lado da UE seja claramente ciente dos danos da imposição de tarifas adicionais, uma vez que isso não resolverá nenhum problema, mas apenas abalará a confiança e a determinação das empresas chinesas e as impedirá de investirem na Europa.

(Xinhua/Zhao Dingzhe)

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