Maputo, 4 out (Xinhua) -- O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, elogiou na sexta-feira o progresso significativo do país no combate ao terrorismo na Província de Cabo Delgado, no norte do país, e no avanço do desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR) dos ex-combatentes da RENAMO.
Durante seu discurso na celebração do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, Nyusi refletiu sobre o impacto devastador do conflito e os avanços obtidos desde que o Acordo Geral de Paz de 1992 pôs fim à brutal guerra civil de Moçambique.
"Com a proclamação da independência em 1975, o povo moçambicano sofreu mais uma vez os horrores da guerra, movida por regimes racistas. Mais de 1 milhão de moçambicanos inocentes perderam suas vidas e 5 milhões foram forçados a fugir de suas casas", lembrou Nyusi, enfatizando a pesada consequência da guerra.
O presidente moçambicano elogiou o papel vital do diálogo na conquista da paz e destacou a contribuição do programa DDR para a reconciliação nacional.
Concluímos o desarmamento e a desmobilização e estamos perto de finalizar a fase de reintegração, com a atribuição de pensões aos combatentes em um espírito de reconciliação nacional, disse ele.
Nyusi reconheceu que, apesar dos desafios que permanecem no processo de reintegração, já houve um progresso substancial.
Ele falou de sucessos recentes em Cabo Delgado, onde grupos insurgentes desestabilizaram a região por vários anos.
Nyusi lembrou que, nos últimos meses, desmantelamos os principais acampamentos terroristas e apreendemos materiais de propaganda. Os ataques diminuíram e as comunidades estão gradualmente retornando aos seus vilarejos, advertindo que a batalha contra o terrorismo ainda não terminou.
Com as eleições gerais do país marcadas para 9 de outubro, Nyusi exortou os moçambicanos a manterem o espírito de paz e unidade.
Ele também revelou a criação de um Memorial de Paz e Reconciliação em Gorongosa, um distrito na Província de Sofala, no centro de Moçambique, que incorpora o triunfo do país sobre conflitos passados.
"Queremos que Gorongosa vá além de sua associação com confrontos político-militares e se torne um símbolo nacional e internacional de paz, tolerância e reconciliação", disse Nyusi.
O partido FRELIMO, está no poder em Moçambique desde a independência do país, em 1975. Logo após a independência, Moçambique se envolveu em uma guerra civil de 1977 a 1992 entre a FRELIMO e o antigo movimento guerrilheiro RENAMO, hoje a principal oposição do país.