Jovens chineses e russos se apresentam em Moscou, Rússia, no dia 22 de setembro de 2024. (Xinhua/Bai Xueqi)

"Mais importante, a China não está focada apenas em seu próprio desenvolvimento, mas também está contribuindo diretamente para o desenvolvimento bem-sucedido de outros países e povos", disse Kulikova.

Beijing, 4 out (Xinhua) – "Estou envolvida com a China a minha vida inteira", disse Galina Kulikova, primeira vice-presidente da Associação de Amizade Rússia-China, que recebeu a Medalha da Amizade, a mais alta honraria estatal da China.

O envolvimento de Kulikova com a China ao longo da vida exemplifica os laços duradouros de amizade e cooperação entre as nações, especialmente porque a China continua se envolvendo globalmente por meio de iniciativas como a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR).

AMIZADE TRADICIONAL NA NOVA ERA

Os laços bilaterais são fortalecidos no nível de base, onde há um interesse crescente na China entre os russos, especialmente os jovens, disse Kulikova.

"A Associação de Amizade Rússia-China hoje se concentra principalmente nas regiões porque a base pública das relações bilaterais só pode se desenvolver por meio das regiões da Rússia", disse ela.

"Nossa tarefa é trabalhar com os jovens. O número de escolas que oferecem ensino de língua chinesa está aumentando. O interesse pela língua chinesa está crescendo", disse ela.

"Pessoal, vocês são jovens, o futuro de nossas relações está em suas mãos. Aprendam a língua chinesa, a estudem para sempre ter trabalho porque nossas relações estão se desenvolvendo", disse ela aos jovens estudantes.

Kulikova estudou no Instituto Estatal das Relações Internacionais de Moscou e depois participou da fundação da Associação de Amizade Soviética (Rússia)-China em 1957, onde trabalha há 62 anos.

Ela foi convidada para ver o desfile militar na Praça Tian'anmen, no centro de Beijing, no dia 1º de outubro de 2019. Ela também compareceu a essas celebrações nos 40º, 50º e 60º aniversários de fundação da RPC.

Tendo se envolvido na diplomacia pública russo-chinesa por mais de 65 anos, Kulikova acredita que é impossível compreender a China sem entender a modernização chinesa e como ela é conduzida.

A modernização chinesa é uma das principais direções na construção do socialismo com características chinesas, que abrange não apenas princípios econômicos, mas também desenvolvimento espiritual e natureza, disse ela.

"Mais importante, a China não está focada apenas em seu próprio desenvolvimento, também contribui diretamente para o desenvolvimento bem-sucedido de outros países e povos", acrescentou ela.

Passageiros posam para fotos com modelo de trem elétrico de alta velocidade (EMU) da ferrovia de alta velocidade Jacarta-Bandung no saguão de espera da Estação Halim em Jacarta, Indonésia, no dia 17 de junho de 2024. (Xinhua/Xu Qin)

CONECTIVIDADE MELHORADA PARA O DESENVOLVIMENTO

Eva Chairunisa entende muito a contribuição que Kulikova acabou de mencionar.

Como gerente-geral e secretária corporativa da Kereta Cepat Indonesia China, Chairunisa viu o desenvolvimento da Ferrovia de Alta Velocidade Jacarta-Bandung (HSR).

Com uma velocidade de projeto de 350 quilômetros por hora, a ferrovia de alta velocidade de 142,3 quilômetros reduziu a viagem entre Jacarta e Bandung, na província de Java Ocidental, de mais de três horas para cerca de 40 minutos.

Em agosto, o HSR Jacarta-Bandung transportou 5 milhões de passageiros e forneceu serviços a 250.000 passageiros de 157 países e regiões, disse Chairunisa à Xinhua.

"Também vale mencionar que a operação do HSR Jacarta-Bandung não só adicionou uma nova infraestrutura de transporte, como mudou os estilos de vida locais. As pessoas estão mais dispostas a escolher transporte público ecologicamente correto e que economiza tempo", disse Chairunisa.

Os avanços da China beneficiaram muito os países vizinhos, trazendo progresso social.

Isso inclui a cooperação bilateral entre a China e a Indonésia, que envolve não apenas projetos governamentais, não apenas em transporte, mas também em outros campos, disse ela.

"Mais importante, ajudou a melhorar o nível de recursos humanos na Indonésia. Nossa força de trabalho aprendeu muito com a tecnologia que a China compartilhou. Por exemplo, não tínhamos conhecimento prévio da tecnologia HSR, mas agora a aprendemos e a dominamos de forma abrangente", acrescentou ela.

Enquanto a China fez um milagre em sua ferrovia de alta velocidade com quilometragem operacional total ultrapassando 160.000 km, ela também intensificou os esforços para ajudar outros países do Sul Global a melhorar a conectividade.

Os projetos de transporte sob a ICR poderiam reduzir os tempos de viagem ao longo dos corredores econômicos em 12%, aumentar o comércio entre 2,7% e 9,7%, aumentar a renda em até 3,4% e tirar 7,6 milhões de pessoas da pobreza extrema, de acordo com uma estimativa do Banco Mundial.

Hu Yuefang (2º, à esquerda), especialista chinês em arroz híbrido, trabalha com fazendeiros locais em campo em Mahitsy, uma cidade a 35 km ao noroeste de Antananarivo, Madagascar, no dia 12 de maio de 2023. (Xinhua/Sitraka Rajaonarison)

UNIDOS PELA MODERNIZAÇÃO DO SUL GLOBAL

Os esforços da China para ajudar o Sul Global a alcançar a modernização vão além da construção de infraestrutura. O arroz híbrido chinês, por exemplo, gradualmente ajudou Madagascar a erradicar a fome.

Madagascar, fortemente dependente de importações de arroz devido a baixos rendimentos e técnicas ultrapassadas, viu uma transformação depois que a Academia de Ciências Agrícolas de Hunan da China e a Yuanshi Seeds Industry Hi-Tech Co. lançaram um projeto de arroz híbrido em 2007.

Em dezembro de 2022, o arroz híbrido cobria 75.000 hectares com rendimentos de 7,5 toneladas por hectare no país africano, excedendo em muito as variedades locais.

Madagascar se beneficiou muito da cooperação "frutífera" com a China, disse o presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, em entrevista à Xinhua, observando que a ICR trouxe oportunidades significativas para o país africano "se integrar mais profundamente às cadeias de suprimentos globais".

Até agora, a China forneceu assistência a mais de 160 países, colaborou com mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais sob a ICR e promoveu a cooperação em iniciativas de desenvolvimento global com mais de 100 países e várias organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas.

Durante a Cúpula de 2024 do Fórum sobre Cooperação China-África realizada em Beijing no início de setembro, os líderes do Sul Global não perderam tempo aprendendo, visitando várias regiões do país asiático.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, visitou Shenzhen para ver a inovação tecnológica das empresas chinesas; o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, visitou áreas rurais na província de Hunan para obter experiência em modernização agrícola; o presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, visitou a província de Shandong para obter experiência em tecnologia e maquinário agrícola, entre outras áreas.

A modernização e o rejuvenescimento da China beneficiarão os países em desenvolvimento do Sul Global em sua busca por desenvolvimento, disse Maged Monir, editor-chefe do jornal egípcio Al-Ahram, o principal diário do país.

"Uma das características mais importantes das relações da China com os países do Sul Global ou do mundo em desenvolvimento é que a China busca cooperação no desenvolvimento sem interferência nos assuntos internos de outros países", disse Monir.