Beijing, 11 out (Xinhua) -- Cerca de 800 especialistas da China e de todo o mundo se reuniram na sexta-feira na Conferência Mundial de Inovação Agroalimentar 2024 (WAFI 2024), defendendo uma transição de baixo carbono nos sistemas agroalimentares por meio da inovação científica e tecnológica para enfrentar as mudanças climáticas.
A conferência, com o tema "Mudanças Climáticas e Transformação de Sistemas Agroalimentares", destaca a necessidade urgente de inovação no setor agrícola.
Sun Qixin, presidente da Universidade Agrícola da China (CAU), enfatizou que as atividades de produção agrícola contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa, com quase um terço do total de emissões provenientes do sistema agroalimentar.
"Precisamos realizar uma transição de baixo carbono nos sistemas agroalimentares para garantir o desenvolvimento sustentável da agricultura", observou Sun. "A inovação científica e tecnológica desempenha um papel central nesse processo."
Enquanto isso, à medida que as temperaturas globais atingem níveis recordes, a mudança climática está afetando cada vez mais os sistemas agroalimentares. Sun indicou que a inovação é essencial para criar resiliência nesses sistemas, permitindo o desenvolvimento de novas variedades de culturas que possam resistir aos desafios climáticos.
Zhang Xingwang, vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, também enfatizou em seu discurso de abertura o papel da inovação científica agrícola para garantir a segurança alimentar global e promover o desenvolvimento agrícola sustentável.
Ismahane Elouafi, diretora geral executiva do Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR), enfatizou a importância de transformar os sistemas agroalimentares para combater as mudanças climáticas de forma eficaz. Ela expressou a esperança de que os avanços científicos e tecnológicos aumentem a resiliência e a sustentabilidade ecológica.
Os especialistas presentes na conferência reconheceram os inúmeros desafios enfrentados pela transformação do sistema agroalimentar e a necessidade de colaboração global para compartilhar experiências e resultados por meio de um diálogo contínuo.
Fan Shenggen, reitor da Academia de Economia e Política Alimentar Global da CAU, destacou que a aceleração do aquecimento global impõe sérios desafios aos sistemas agroalimentares. "Esperamos que os profissionais da agricultura de todo o mundo unam seus esforços para fornecer soluções para sistemas agroalimentares e desenvolvimento rural sustentáveis", disse ele.
David Nabarro, laureado com o Prêmio Mundial da Alimentação, destacou que para alcançar a agricultura sustentável é necessário não apenas o desenvolvimento de políticas nacionais, mas também a cooperação internacional entre setores, disciplinas e partes interessadas.
Durante a conferência, cientistas, educadores, empreendedores e investidores de mais de 70 países e regiões discutirão vários tópicos, incluindo agricultura inteligente, melhoramento genético orientado por IA, transformações nos sistemas alimentares aquáticos e de gado, recursos genéticos e inovação de germoplasma, bem como nutrição e segurança alimentar.
Fu Wenge, professor da CAU, observou que a conferência facilitou as discussões sobre várias soluções teóricas e práticas para adaptação e mitigação das mudanças climáticas. "Esperamos que essas percepções sejam aplicadas em futuras práticas de desenvolvimento global", indicou ele.
Além disso, durante a cerimônia de abertura, várias organizações apresentaram uma série de relatórios relevantes. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação divulgou o Relatório de Inovação Agrícola, que analisa as últimas tendências e as principais áreas da ciência, tecnologia e inovação agrícola global. O CGIAR também divulgou um relatório que descreve as orientações estratégicas para a inovação científica e tecnológica agrícola global.
Iniciada no ano passado, a WAFI tem como objetivo servir como uma plataforma de classe mundial para o avanço da inovação agroalimentar global. A conferência é co-organizada pelo governo local do distrito de Pinggu, em Beijing, pelo Departamento Municipal de Agricultura e Assuntos Rurais de Beijing, pela CAU e pela Academia Chinesa de Ciências Agrícolas.
