Beijing, 11 out (Xinhua) -- Um relatório de think tank sobre a sinergização de civilizações divulgado no início desta semana não apenas reflete criticamente e critica as teses do "choque de civilizações" e da "hierarquia civilizacional", mas também prevê uma nova forma de civilização humana.

   Intitulado "Sobre a Sinergização de Civilizações - Uma Perspectiva Chinesa", o relatório foi divulgado pelo Instituto Xinhua, um think tank de ponta da Agência de Notícias Xinhua, na Universidade Sun Yat-sen em Guangzhou, capital da Província de Guangdong, no sul da China, nesta quarta-feira.

   A Sinergização das Civilizações é uma tese que incorpora valores centrados na humanidade, integridade e inovação, aprendizado mútuo por meio do intercâmbio, destino compartilhado e convivência harmoniosa. Ela defende a coexistência inclusiva de diferentes civilizações, transcendendo as diferenças históricas, culturais, geográficas e institucionais.

   Esse conceito, que é baseado nas características e valores distintivos da civilização chinesa, representa um novo paradigma civilizacional para o desenvolvimento humano, simbolizado pela modernização chinesa, de acordo com o relatório.

   "A China reconheceu profundamente que diversas civilizações podem coexistir, se misturar e dar origem a formas superiores de civilização", diz o texto.

   O relatório aponta que o conceito de coexistência harmoniosa dentro da civilização chinesa oferece insights significativos para a comunidade global. Ele ressalta a necessidade de respeitar uns aos outros como iguais, dizer não à arrogância e ao preconceito, aprofundar a compreensão da diferença entre a própria civilização e a dos outros e promover interação, diálogo e harmonia entre civilizações.

   As perspectivas do relatório foram ecoadas por participantes estrangeiros que compartilharam suas opiniões em um simpósio sobre o relatório nesta quarta-feira.

   Tursunali Kuziyev, ex-alto funcionário de cultura e esportes do Uzbequistão, disse que no cenário geopolítico global cada vez mais tenso de hoje, o relatório do think tank divulgado pela Agência de Notícias Xinhua serviu para abordar os desafios comuns enfrentados pela civilização humana.

   Acreditando que "cada civilização tem uma chave para algo que todos nós precisamos", Purnima Anand, presidente do Fórum Internacional do BRICS, disse que "nossas diferenças não são barreiras, mas pontes".

   "Acredito que o intercâmbio cultural e o aprendizado mútuo podem ajudar a fortalecer os laços de amizade entre as pessoas em todo o mundo", disse Kuziyev.