Matias Tarnopolsky, presidente e CEO da Orquestra e Artes em Grupo da Filadélfia, fala durante entrevista à Xinhua na Filadélfia, Estados Unidos, no dia 24 de outubro de 2024. (Xinhua/Li Rui)
Tarnopolsky enfatizou que o legado da orquestra com a China continua crescendo. "Vamos para a China há mais de 50 anos, e este é apenas o começo do próximo capítulo".
Por Yang Shilong
Filadélfia, Estados Unidos, 28 out (Xinhua) -- A Orquestra da Filadélfia começará uma turnê histórica pela China no domingo, com paradas em Beijing e várias outras cidades chinesas, reacendendo um vínculo estabelecido há mais de 50 anos.
LAÇOS ÚNICOS COM A CHINA
"O relacionamento da Orquestra da Filadélfia com a China é único", disse Matias Tarnopolsky, presidente e CEO da Orquestra e Artes em Grupo da Filadélfia, em entrevista à Xinhua na quinta-feira.
"A Orquestra da Filadélfia foi a primeira orquestra americana a visitar a China em 1973, ela antecede as relações diplomáticas reais entre nossos dois países em seis anos", disse ele.
Ele observou que a orquestra desenvolveu conexões multigeracionais com o povo chinês.
"Muitas vezes, ouço histórias de pessoas da minha idade que dizem: ‘Meus pais estavam no concerto de 1973, lembramos dele até hoje’", disse ele.
A orquestra está programada para realizar quatro concertos no Centro Nacional de Artes Cênicas em Beijing, juntamente com um concerto em Chengdu e Tianjin, e dois concertos em Haikou, capital da província de Hainan.
Além da sala de concertos, a orquestra construiu uma forte conexão com comunidades em toda a China. Desde 1973, a orquestra visita escolas, universidades, hospitais e centros cívicos, interagindo com jovens músicos chineses por meio de várias associações, disse Tarnopolsky.
Músicos da Orquestra da Filadélfia e da Orquestra Filarmônica de Shanghai se apresentam durante Concerto de Ano Novo Chinês na Filadélfia, estado americano da Pensilvânia, no dia 29 de janeiro de 2019. (Xinhua/Wang Ying)
"Nossos músicos também viajam para a China separadamente da orquestra", acrescentou ele. "Mais recentemente, há um ano, estivemos lá com um grupo de músicos que comemorou 50 anos de relacionamento com o povo chinês, tocando música de câmara, ensinando e se envolvendo" em outras atividades essenciais.
Ele disse que a turnê da orquestra em Chengdu este ano incluirá um concerto junto com a Orquestra Sinfônica de Chengdu.
INSPIRANDO AS PRÓXIMAS GERAÇÕES
Tarnopolsky mostrou um senso de missão como embaixador cultural, um papel afirmado por cartas do presidente dos EUA, Joe Biden, e do presidente chinês, Xi Jinping, todos encorajando a orquestra a continuar o trabalho na China.
Tarnopolsky vê a música como uma conexão entre transcender palavras e oferecer valor significativo aos jovens e à sociedade.
"Música é sobre comunicação não verbal, compreensão e cooperação", disse ele. "A música dá voz a pensamentos e ideias que palavras sozinhas não conseguem expressar. Se pudermos ajudar a criar maior compreensão por meio da música, teremos sucesso".
Tarnopolsky vê as turnês da Orquestra da Filadélfia na China como uma forma de inspirar a próxima geração de músicos.
"Se há algo que as visitas da Orquestra da Filadélfia à China podem alcançar, é inspirar a próxima geração a pegar um instrumento musical ou cantar em um coral", disse Tarnopolsky.
Músicos da Orquestra da Filadélfia se apresentam no Museu de Suzhou, em Suzhou, província de Jiangsu, no leste da China, no dia 16 de novembro de 2023. (Xinhua/Li Bo)
Ele disse que admirava o entusiasmo pela música clássica na China, destacando que muitos pais estão garantindo que os filhos tenham aulas de piano, violino e instrumentos tradicionais chineses.
Ele observou que a essência da música está no processo criativo, e não na fama ou em se apresentar para grandes públicos, encorajando os jovens músicos a continuar aprendendo e explorando. "O grande presente da música é que nunca há um destino. É sempre uma jornada", disse ele.
PRÓXIMO CAPÍTULO
Visando o futuro, Tarnopolsky enfatizou que o legado da orquestra com a China continua crescendo. "Vamos para a China há mais de 50 anos, e este é apenas o começo do próximo capítulo".
"A música é uma linguagem universal", disse ele. "Seja uma improvisação na pipa ou uma sinfonia de Beethoven, a música pode nos tocar profundamente e nos ajudar a aprender sobre outras culturas".
Tarnopolsky disse que o "futuro é sobre colaboração", citando os laços da orquestra com a China como exemplo.
A orquestra está trabalhando com importantes instituições culturais chinesas como a NCPA e o Conservatório de Música da China, além de fechar novas parcerias em Chengdu e em Hainan.
Tarnopolsky disse que o apoio desses parceiros chineses tem sido essencial para fazer as colaborações funcionarem. "Quanto mais pudermos misturar culturas e ideias, melhor".
Em nota pessoal, Tarnopolsky mostrou admiração pelas cidades e culinária da China. "Amo Beijing, andar por lá, pegar transporte público, ver a vida da cidade. É incrível", disse ele.
"Sempre vamos a um lugar fabuloso comer pato na primeira noite. Virou uma tradição. Honestamente, como de tudo. Não tenho um favorito!", acrescentou ele rindo.
Ele também estava empolgado com a comida e com a cultura de outras cidades do passeio.
"Do famoso Sichuan hotpot em Chengdu aos pratos únicos de Hainan, a comida na China é inesquecível", disse Tarnopolsky. "São experiências que fortalecem nossa conexão com o povo e com a cultura da China".