Ola Kaellenius, presidente do conselho de administração da Mercedes-Benz, concede uma entrevista à Xinhua na sede da Mercedes-Benz em Stuttgart, Alemanha, em 20 de março de 2024. (Xinhua/Shan Weiyi)

Ola Kaellenius, presidente do conselho de administração da Mercedes-Benz, expressou confiança de que a China, como o maior mercado de automóveis do mundo, tem grande potencial e também potencial de crescimento a longo prazo.

Stuttgart, Alemanha, 13 nov (Xinhua) -- Precisamos ser bem-sucedidos na China para sermos ainda mais bem-sucedidos no mundo", disse o principal executivo da montadora de luxo alemã Mercedes-Benz, descrevendo a China como um parceiro-chave em inovação tecnológica, eletrificação e descarbonização.

Em uma entrevista recente à Xinhua, Ola Kaellenius, presidente do conselho de administração da Mercedes-Benz, expressou confiança de que esse maior mercado de automóveis do mundo tem grande potencial e também potencial de crescimento a longo prazo.

Para dar aos tomadores de decisão da empresa uma experiência em primeira mão do dinamismo, da inovação e da concorrência no mercado chinês, a empresa transferiu sua semana anual de estratégia de seu território habitual para Beijing em dezembro de 2023.

Era necessário "conscientizar todos os tomadores de decisão e partes interessadas da Mercedes-Benz de que é preciso ter sucesso na China para ter ainda mais sucesso no mundo", disse Kaellenius.

Kaellenius ficou impressionado com o rápido desenvolvimento da China, e a "velocidade chinesa" o lembra constantemente de acompanhar o ritmo da tecnologia em rápida evolução.

Foto tirada em 25 de abril de 2024 mostra um carro-conceito Mercedes-Benz CLA-Class exibido no Salão Internacional do Automóvel de Beijing 2024 no Distrito de Shunyi, Beijing, capital da China. (Xinhua/Cai Yang)

Foi revelado que, no próximo ano, a Mercedes-Benz lançará vários novos produtos globalmente, marcando a maior ofensiva de produtos na história da empresa. Todos esses veículos elétricos contarão com a primeira versão completa e abrangente do Sistema Operacional Mercedes-Benz (MB.OS, em inglês), com novas tecnologias sendo integradas à frota de veículos a combustão nos próximos anos.

Nas últimas duas décadas, a Mercedes-Benz vem expandindo sua presença na China com seus parceiros chineses, como a BAIC e a Geely, além de fornecedores.

"Não podemos nos esquecer de que temos uma ampla cooperação com parceiros de fornecimento chineses, não apenas na China, eles estão vindo para a Europa", disse o executivo.

Agora que muitas montadoras e fornecedores chineses estão estabelecendo fábricas na Europa, Kaellenius aplaudiu a iniciativa, observando que a Mercedes-Benz não precisa "organizar sua cadeia de suprimentos ou produção para lidar com isso".

"A direção certa seria sentar com nossos parceiros chineses, discutir um campo de jogo nivelado e garantir que cheguemos a algum tipo de solução negociada para que ambas as partes continuem a ter acesso a mercados que estão se abrindo e não estão criando fronteiras", disse ele.

O protecionismo na forma de tarifas, na visão de Kaellenius, "é o caminho errado, pois acreditamos que ele sufoca o crescimento, sufoca a inovação e não cria uma situação vantajosa para todos".

A mão invisível do mercado resolverá as coisas, promoverá o crescimento e ajudará a construir pontes, observou ele, especialmente em uma época em que o protecionismo está voltando.