Rio de Janeiro, 17 nov (Xinhua) -- O desmatamento da Mata Atlântica, um dos principais biomas tropicais do Brasil que cobre toda a região costeira do país sul-americano, foi reduzido em 55% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da plataforma acadêmica MapBiomas divulgados neste sábado.

O Brasil perdeu mais de 90% da Mata Atlântica original - a segunda maior floresta do país - desde 1500, à medida que as principais cidades e centros urbanos se estabeleceram na região com a conquista portuguesa do território latino-americano. Nas últimas décadas, foram lançadas políticas de recuperação vegetal.

Segundo divulgado neste sábado pela estatal Agência Brasil, dados do Sistema de Alerta de Desmatamento da Mata Atlântica (SAD) indicam que de janeiro a junho foram desmatados 21.401 hectares, ante 47.896 em 2023.

O estudo, baseado em dados do sistema MapBiomas, foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, uma organização não-governamental.

Apesar da redução, a SOS Mata Atlântica avalia que o impacto do desmatamento continua alarmante e inaceitável, principalmente neste bioma devastado e ameaçado.

A área destruída nos primeiros seis meses do ano equivale a cerca de 20 mil campos de futebol. Segundo o comunicado, a redução do desmatamento se deve ao fortalecimento da fiscalização, ao corte de créditos aos desmatadores ilegais e ao uso de embargos remotos, que são restrições aplicadas às áreas desmatadas detectadas por meio de monitoramento remoto, impedindo seu uso comercial.

A Mata Atlântica é o segundo maior bioma em biodiversidade do Brasil, depois da floresta amazônica.

"A redução do desmatamento é resultado do fortalecimento e aplicação das políticas públicas ambientais brasileiras, principalmente do retorno da fiscalização ambiental e do fortalecimento do Ministério do Meio Ambiente", disse o diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

Segundo o MapBiomas, 24% da cobertura florestal original da Mata Atlântica ainda permanece.

Guedes Pinto destacou que os incêndios florestais e as queimadas de pastagens são uma das causas da degradação do solo neste bioma que abrange os principais centros urbanos do Brasil em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.