(Multimídia) China e Brasil elevam os laços para forjar um futuro compartilhado-Xinhua

(Multimídia) China e Brasil elevam os laços para forjar um futuro compartilhado

2024-11-21 21:14:15丨portuguese.xinhuanet.com
O presidente chinês, Xi Jinping, conversa com seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, Brasil, em 20 de novembro de 2024. (Xinhua/Li Xueren)

   Brasília, 21 nov (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, em visita ao Brasil, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciaram na quarta-feira a elevação dos laços bilaterais para uma "Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável".

   O anúncio, feito durante a visita de Estado de Xi ao Brasil, foi reforçado pelo compromisso dos líderes de alinhar a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), proposta pela China, com as estratégias de desenvolvimento do Brasil.

   PRELÚDIO MUSICAL DA AMIZADE

   O calor das relações entre a China e o Brasil foi plenamente demonstrado durante a grande cerimônia de boas-vindas organizada por Lula na quarta-feira.

   A cerimônia contou com um momento profundamente tocante: uma cantora brasileira interpretou a icônica canção chinesa Minha Pátria em língua chinesa.

   Foi um gesto recíproco. Quando Lula visitou a China no ano passado, o lado chinês tocou a música brasileira Um Novo Tempo na cerimônia de boas-vindas.

   Ambas as músicas têm um significado profundo em suas respectivas nações. Minha Pátria, uma ode à resiliência duradoura do povo chinês e ao amor por seu país, ressoa profundamente junto ao povo chinês, enquanto Um Novo Tempo, com sua letra esperançosa sobre um futuro mais brilhante, simboliza as aspirações do Brasil por progresso e renovação, mesmo em tempos difíceis.

   A escolha das duas músicas ressalta um profundo entendimento entre os dois países: eles reconhecem e honram o que cada um tem de mais precioso.

   Durante seu encontro com Lula, Xi disse que ficou profundamente tocado pela grande importância que Lula atribui às relações China-Brasil e sua profunda amizade pelo povo chinês, como refletido na grande cerimônia de boas-vindas da mais alta cortesia concedida a Xi.

   O Brasil e a China são bons amigos de respeito e dependência mútuos, disse Lula no encontro, acrescentando que a China é o parceiro de cooperação estratégica mais importante do Brasil, e o povo chinês é o amigo mais confiável do povo brasileiro.

   A visita de Xi ao Brasil, sua quinta ao país sul-americano, ocorre no momento em que os dois grandes países em desenvolvimento comemoram cinco décadas de relações diplomáticas.

   Durante a reunião, Xi enfatizou os laços profundos forjados ao longo do último meio século, observando que os dois lados encontraram um caminho certo para as principais nações em desenvolvimento se darem bem, baseado no respeito mútuo, benefício mútuo, amizade e cooperação ganha-ganha.

   O Brasil ocupa um lugar único nas parcerias globais da China. É o primeiro país a estabelecer uma parceria estratégica com a China. É também a primeira nação da América Latina a firmar uma parceria estratégica abrangente com a China.

   Para Julio Bandeira, autor do livro histórico "O Brasil na Rota da China", o povo brasileiro tem uma longa história de apreciar a cultura chinesa e estar próximo do povo chinês..

   Hoje, os chineses no Brasil também têm feito grandes contribuições para a economia e a sociedade brasileiras, disse ele.

   SINERGIA DAS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO

   No centro das discussões dos líderes estava o compromisso de alinhar a ICR com as principais estratégias de desenvolvimento do Brasil. Essas estratégias visam modernizar a infraestrutura do Brasil e fortalecer a conectividade regional, objetivos que ecoam a missão da ICR de melhorar o comércio e o desenvolvimento globais por meio de infraestrutura compartilhada.

   Os dois lados devem aprofundar a cooperação em áreas prioritárias, como economia e comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e proteção ambiental, e fortalecer a cooperação em campos emergentes, como transição energética, economia digital, inteligência artificial e mineração ecológica, disse Xi ao encontrar a imprensa com Lula após as conversas.

   De sua parte, Lula destacou os planos para se concentrar na expansão e no aprofundamento da cooperação em áreas como desenvolvimento sustentável, infraestrutura, finanças, transição energética e aeroespacial.

   Projetos concretos já estão em andamento. Por exemplo, o projeto de transmissão de ultra-alta tensão da usina de Belo Monte, que cria uma "via expressa de eletricidade" ligando o norte e o sul do Brasil, não só forneceu energia adequada para os polos industriais da região, mas também resolveu o problema da falta de energia para mais de 22 milhões de brasileiros.

   Ao mesmo tempo, os abundantes recursos renováveis do Brasil, incluindo energia hidrelétrica, solar e eólica, alinham-se perfeitamente com a experiência da China em tecnologia e fabricação de energia limpa.

   Nos últimos anos, as empresas chinesas têm participado ativamente do setor de energia renovável do Brasil, especialmente em projetos solares e eólicos de grande escala, contribuindo para a criação de empregos e atualizações tecnológicas no país.

   Em um artigo assinado e publicado na mídia brasileira antes de sua visita, Xi pediu aos dois países para "agarrar as oportunidades da época" no contexto de evolução rápida da nova rodada da revolução científica e tecnológica e transformação industrial.

   "Devemos criar mais projetos demonstradores que atendem a demanda da época e trazem benefícios duradouros aos povos, e impulsionar o desenvolvimento comum dos nossos países e das nossas regiões", escreveu Xi.

   Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores do Brasil, destacou o crescimento constante das relações econômicas e comerciais entre o Brasil e a China nos últimos 50 anos. Ela observou que a parceria não apenas atendeu às necessidades dos dois países, mas também aproveitou seus respectivos pontos fortes para criar uma cooperação complementar.

   Ela disse que nos últimos anos, a China alcançou um progresso notável em áreas como tecnologia, educação e saúde. Olhando para o futuro, Hoffmann expressou confiança no potencial de aprofundar a colaboração nesses campos, prevendo um futuro marcado pelo que ela descreveu como "novos 50 anos dourados".

   A China está promovendo um desenvolvimento de alta qualidade com novas forças produtivas de qualidade, disse Mayara Araujo, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense do Brasil, referindo-se à produtividade avançada que apresenta alta tecnologia, alta eficiência e alta qualidade.

   A vinculação das estratégias de desenvolvimento do Brasil com a ICR trará mais oportunidades novas para melhorar e aprimorar a cooperação entre os dois países, disse Araujo.

   VOZ FORTALECIDA PARA O SUL GLOBAL

   A elevação dos laços China-Brasil a uma Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável ocorreu logo após a 19ª Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, Brasil.

   Com o tema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável", essa cúpula do G20 ofereceu uma plataforma vital para os líderes abordarem desafios globais urgentes, incluindo a fome, a desigualdade econômica e as mudanças climáticas.

   Depois de pedir, na segunda-feira, um mundo justo de desenvolvimento comum e um sistema de governança global justo e equitativo, Xi instou na quarta-feira que os dois países deem um passo à frente em prol da paz e da justiça mundiais.

   Os dois lados devem praticar o verdadeiro multilateralismo, falar e agir pela justiça e tornar a governança global mais justa e equitativa, disse Xi durante sua reunião com Lula.

   Como grandes países em desenvolvimento, a China e o Brasil devem assumir a liderança na defesa de discussões e consultas, na promoção da solidariedade global e no enfrentamento conjunto dos desafios globais que afetam o futuro da humanidade, acrescentou Xi.

   O Brasil e a China estão ambos comprometidos com a ampliação da participação dos países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisão das organizações internacionais, disse Evandro Menezes de Carvalho, professor da Fundação Getulio Vargas, do Brasil.

   Além disso, sua colaboração dentro de mecanismos como o BRICS demonstra como eles podem se unir em torno de objetivos comuns e traduzir essa solidariedade em ações concretas com impacto substancial, disse o especialista, observando que é precisamente por essa razão que um número crescente de países em desenvolvimento está ansioso para se juntar a essas instituições.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua esposa, Rosângela da Silva, recebem calorosamente o presidente chinês, Xi Jinping, e realizam uma grande cerimônia de boas-vindas para Xi, antes das conversas entre Xi e Lula, em Brasília, Brasil, em 20 de novembro de 2024.  (Xinhua/Xie Huanchi)
O presidente chinês, Xi Jinping, conversa com seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, Brasil, em 20 de novembro de 2024. (Xinhua/Li Xueren)
Representantes de chineses no exterior, empresas locais financiadas pela China e estudantes chineses no Brasil recebem calorosamente o presidente chinês, Xi Jinping, na margem da estrada, enquanto a comitiva de Xi está a caminho do aeroporto para o hotel em Brasília, Brasil, em 19 de novembro de 2024.  (Xinhua/Xu Rui)

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