Foto tirada no dia 13 de novembro de 2024 mostra edifício do Capitólio dos EUA em Washington, D.C., Estados Unidos. (Xinhua/Hu Yousong)
Ao mirar na China, consumidora e produtora de semicondutores, Washington está criando atritos desnecessários em um mercado que só pode prosperar com cooperação e interdependência.
Por Li Binian
Beijing, 24 dez (Xinhua) — Autoproclamado defensor do livre comércio, Washington repetidamente mina o próprio princípio que afirma defender.
O Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) anunciou na segunda-feira que estava começando uma investigação sobre as indústrias e políticas de semicondutores da China. Citando a Seção 301 do Lei do Comércio de 1974, amplamente identificada como uma relíquia da era da Guerra Fria, a investigação é um exemplo claro de como Washington pretende manipular o comércio global para seus propósitos geopolíticos, desconsiderando flagrantemente as regras comerciais multilaterais.
A afirmação da Casa Branca de que a medida visa examinar "a mira da China em semicondutores fundamentais (ou chips de nó legado/maduro) para dominância e impacto na economia dos EUA" é infundada e enganosa.
Um relatório recente do Departamento de Comércio dos EUA mostra que os chips fabricados na China constituem apenas 1,3% da participação de mercado dos EUA, e as exportações de chips chineses para os Estados Unidos são significativamente menores do que as importações dos Estados Unidos.
Na verdade, Washington forneceu subsídios substanciais para sua própria indústria de chips por meio de legislação como o CHIPS e a Lei da Ciência. Também vale mencionar que as empresas de semicondutores dos EUA respondem por aproximadamente 50% do mercado global.
Esse flagrante desrespeito aos fatos torna as alegações da Casa Branca sobre a chamada "ameaça" representada pela indústria de semicondutores da China ainda mais absurdas e sua motivação política mais evidente.
Ao armar as políticas comerciais, Washington quer sufocar a ascensão de qualquer concorrente potencial em todos os setores-chave e manter o domínio inquestionável nessas indústrias de alta tecnologia. No entanto, esses atos não impedirão o desenvolvimento da China nesses campos. Até mesmo a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, admitiu: "Tentar segurar a China é perda de tempo".
Embora Washington tenha passado os últimos anos construindo "pequenos quintais e cercas altas" para proteger suas indústrias de manufatura, suas táticas protecionistas estão desestabilizando ativamente as próprias indústrias que busca proteger. A indústria de semicondutores, um dos setores mais interconectados da economia global, é particularmente vulnerável a essa intervenção imprudente.
Ao mirar na China, consumidora e produtora de semicondutores, Washington está criando atritos desnecessários em um mercado que só pode prosperar com cooperação e interdependência.
Não é surpresa que grupos da indústria dos EUA já tenham instado a Casa Branca a proceder com cuidado. Jason Oxman, presidente do Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação, disse em uma declaração que é "extremamente importante que o governo conduza uma investigação completa e não julgue antecipadamente o resultado".
A investigação da Seção 301 revelou mais uma vez o egoísmo, a miopia e a arrogância de Washington. Os tomadores de decisão em Washington devem prestar atenção aos perigos de brincar com fogo.