Beijing, 27 dez (Xinhua) -- A visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil este ano impulsionou vigorosamente a melhoria da qualidade e a atualização da cooperação sino-brasileira, impulsionou as duas partes a explorar profundamente o potencial da cooperação e a criar um modelo de relações internacionais de benefício mútuo e ganha-ganha com destino comum, e também promoverá o "Sul Global" a aumentar ainda mais a sua coesão e influência e fará avançar o desenvolvimento da reforma do sistema de governança global numa direção mais justa, equitativa e razoável, disse um expecialista.
Zhou Zhiwei, diretor-executivo do centro de estudos brasileiros e diretor do departamento de relações internacionais, ligados ao Instituto da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais, fez as observações durante uma entrevista recente.
Durante a visita, os dois países elevaram seus laços à Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável.
Na opinião de Zhou, a China e o Brasil têm mantido boas relações bilaterais durante muito tempo, sendo o Brasil o primeiro país em desenvolvimento do mundo a estabelecer uma parceria estratégica com a China e a primeira nação da América Latina a firmar uma parceria estratégica abrangente com a China. Desta vez, a atualização das relações bilaterais demostra que o Brasil continua a colocar a China na prioridade da sua diplomacia.
Ao mesmo tempo, o aprimoramento das relações bilaterais transcende o escopo bilateral. "A China e o Brasil são dois grandes países em desenvolvimento, e a forma como eles se veem e desenvolvem suas relações bilaterais tem um importante impacto global", analisou.
No contexto da evolução acelerada das profundas mudanças globais nunca vistas em um século, a atualização das relações bilaterais demonstra a sua natureza global, estratégica e de longo prazo, tornando-se um modelo para o avanço conjunto, a solidariedade e a cooperação entre os grandes países em desenvolvimento, e apresentando a determinação dos dois países em salvaguardar a justiça e a equidade internacionais e promover o aprimoramento da governança global, manifestou.
A China e o Brasil decidiram articular a Iniciativa Cinturão e Rota com as estratégias de desenvolvimento do Brasil e aprofundar a cooperação em áreas-chave como economia, comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e proteção ambiental. Zhou Zhiwei disse que desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Brasil há 50 anos, a cooperação entre os dois países tem sido extensa em áreas e rica em conotações e com resultados frutíferos. Especialmente nos últimos anos, a cooperação econômica e comercial entre os dois países desenvolveu-se bem e sua escala continuou a se expandir.
Desta vez, as duas partes assinaram um total de 38 documentos bilaterais, abrangendo uma ampla gama de áreas, incluindo áreas tradicionais de cooperação, como mineração e agricultura, e também focando na exploração de áreas emergentes, como a inteligência artificial, disse, acrescentando que o reforço da cooperação entre os dois países em domínios emergentes aumentará eficazmente as capacidades de inovação científica e tecnológica dos dois países, especialmente no contexto de uma nova onda de inovação científica e tecnológica e transformação industrial em todo o mundo, o que desempenha um papel e é de grande importância.
Segundo Zhou, o alinhamento da Iniciativa Cinturão e Rota com as estratégias de desenvolvimento do Brasil proporcionará mais garantias institucionais para a cooperação entre os dois países, formará um forte apoio ao investimento mútuo e à cooperação econômica e comercial entre os dois países, e ajudará a desenvolver ainda mais seus respectivos pontos fortes, a liberar o potencial de cooperação e a promover o desenvolvimento mútuo.
Ao alinhar as suas próprias estratégias de desenvolvimento com a Iniciativa Cinturão e Rota, o Brasil pode fortalecer a cooperação com a China em áreas como a construção de infraestruturas e o desenvolvimento da capacidade produtiva para obter assistência, otimizando e modernizando assim a estrutura industrial e melhorando o nível de desenvolvimento industrial e competitividade do mercado, finalizou.