Perfil: Veterano violinista americano defende laços mais fortes entre China e EUA-Xinhua

Perfil: Veterano violinista americano defende laços mais fortes entre China e EUA

2024-12-28 13:30:55丨portuguese.xinhuanet.com

Davyd Booth, violinista e segundo tecladista da Orquestra da Filadélfia, pratica violino em sua casa em Nova Jersey, nos Estados Unidos, em 29 de janeiro de 2019. (Xinhua/Wang Ying)

Nota da edição: este ano marca o 45º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos. Ao longo das décadas, as atividades culturais e artísticas - especialmente eventos musicais - desempenharam um papel vital na normalização e no aprimoramento dos laços bilaterais. Já em 1973, uma turnê histórica da mundialmente famosa Orquestra da Filadélfia sinalizou um degelo no intercâmbio cultural entre a China e os Estados Unidos. Hoje, as paisagens musicais dos dois países estão mais interligadas do que nunca, refletindo um alto nível de aprendizado mútuo nos campos da cultura e das artes. Nesta semana, a Xinhua publicará uma série de três perfis sobre esse tópico, e o texto a seguir é a segunda parte.

Por Wang Xiaopeng, Sun Wenji e Yang Shujun

Beijing, 26 dez (Xinhua) -- Para Davyd Booth, 74 anos, violinista veterano da mundialmente famosa Orquestra da Filadélfia, cada turnê de concertos na China é mais do que apenas uma jornada musical - é uma celebração de conexão cultural e alegria compartilhada.

De 31 de outubro a 10 de novembro, Booth voltou à China para a 14ª turnê da orquestra desde 1973, que levou a orquestra a  Beijing, Tianjin, Chengdu e Haikou. Suas apresentações foram recebidas com aplausos entusiasmados, reforçando o poder da música de unir nações e corações.

A Orquestra da Filadélfia tem uma grande base de fãs na China e ocupa um lugar de destaque nos intercâmbios culturais entre a China e os Estados Unidos.

Em 1973, a orquestra se tornou o primeiro conjunto musical americano a se apresentar na China após a fundação da República Popular da China em 1949, marcando um degelo significativo nas relações culturais entre as duas nações. Essa visita histórica também foi a primeira viagem de Booth à China e o início de sua forte conexão com o país asiático.

Refletindo sobre suas experiências, Booth disse que o forte vínculo que a orquestra desenvolveu com a China é o que o faz voltar ao país.

“Algumas orquestras chinesas vieram para a Filadélfia. Elas tocaram lá, e nós também tocamos com elas”, disse ele à Xinhua. “É uma amizade muito, muito próxima.”

No ano passado, a orquestra se apresentou junto com a Orquestra Sinfônica Nacional da China e o Conselho Asiático de Artes Cênicas (APAC, em inglês). Booth se lembra com carinho de ter sido presenteado com uma caixa de chá por um dos músicos chineses que dividiram o palco com ele.

Por mais de cinco décadas, Booth fez muitos amigos chineses. Essas conexões vão além dos simples entusiastas da música e incluem aqueles que colaboraram com a orquestra, ajudaram o conjunto durante suas viagens e entraram em contato por meio de rede social.

Ele falou muito bem do público chinês, descrevendo-o como um grande amante da música e incrivelmente maravilhoso. “Sentimos a energia e o apreço do amor deles tanto quanto o nosso, transmitindo-o para o auditório.”

“Embora toquemos em todo o mundo, não há nenhum outro país com o qual nos tornamos tão próximos e desenvolvemos um relacionamento tão próximo e duradouro”, disse ele.

Foto tirada em 9 de novembro de 2024 mostra uma apresentação da Orquestra da Filadélfia em Haikou, Província de Hainan, no sul da China. (Xinhua/Yang Guanyu)

Durante as turnês de concertos, Booth visitou quase todas as principais atrações da China, incluindo a icônica Grande Muralha, o Museu do Palácio e o Palácio de Verão. Comentando sobre a tendência crescente de “China Travel” (Viagens à China, em português), ele disse que as paisagens deslumbrantes e a rica história do país, que se estende por milhares de anos, são atrações importantes para os visitantes dos Estados Unidos.

Os líderes chineses e americanos elogiam a Orquestra da Filadélfia como um enviado cultural ativo, fundamental para o fortalecimento dos laços entre a China e os EUA. Para Booth, esse papel nunca pode ser subestimado.

A música, muitas vezes considerada como uma linguagem universal, é uma das melhores maneiras de promover amizades e unir culturas, disse ele.

“Temos que ver nossas semelhanças, não nossas diferenças e, especialmente quando tocamos música, é como se a diferença desaparecesse. Essa é uma das melhores coisas da música”, disse Booth.

Compartilhando sentimentos semelhantes aos de Booth, Wang Zhenyao, morador de Beijing, apreciou o primeiro concerto da orquestra em sua turnê de 2024 na China na sala de concertos com capacidade para 2.000 pessoas do Centro Nacional de Artes Cênicas da China em 31 de outubro.

Os intercâmbios culturais e artísticos contribuem para aumentar a compreensão mútua entre os povos dos dois países, disse Wang, que assistiu ao concerto com sua esposa e filho.

“Tanto a China quanto os Estados Unidos são grandes nações. Devemos nos respeitar e nos entender”, acrescentou.

Durante a turnê de concertos em 1973, entre as famosas peças musicais dos dois países, a orquestra tocou a Sinfonia nº 5 de Beethoven e a Lua Refletida na Fonte Er-quan. Foi a primeira vez que Booth teve contato com a música e os instrumentos tradicionais chineses.

No terceiro concerto em Beijing da recente turnê pela China, a orquestra, juntamente com o APAC, estreou a “Noite de Luar no Rio Primavera”, baseada na obra-prima da dinastia Tang (618 d.C. - 907 d.C.)  do poeta Zhang Ruoxu. A edição sinfônica foi produzida pelo compositor Mason Bates, que é conhecido por integrar sons eletrônicos e tecnologia à música clássica.

“Essa peça é um presente especial para o público chinês”, disse Matias Tarnopolsky, presidente e CEO da Orquestra da Filadélfia.

Booth se juntou ao conjunto enquanto a peça era executada sob a batuta do maestro Marin Alsop. O violinista expressou a esperança de que a beleza da música que o conjunto leva à China ajude a inspirar relações mais fortes entre a China e os EUA.

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